RETRATOS DO MAR
Meu primogênito Cássio, Doutor em Engenharia Elétrica, professor universitário, é um apaixonado pelo surfe e pelo mar desde os seus oito anos de idade, quando fomos morar no Recife, a bela e comovedora capital de Pernambuco, banhada pelo Oceano Atlântico e ornada por lindas praias em todo o seu litoral.
Quase todos os dias e, mormente nos finais de semana, eu, a Dona Mari e os filhos curtíamos a praia defronte ao nosso prédio em Piedade, isso quando não íamos até Porto de Galinhas, Cupe, Gaibú, Tamandaré, Ponta do Sernambi, Porto Charéu, São José da Coroa Grande e outras mais distantes, para usufruir as delicias do mar.
No Recife o Cássio aprendeu a surfar na sua primeira prancha verde que ganhou, saindo bem cedo, todo garboso, peito estufado, junto com o Fred Negão, o Joãozinho, o Pepito, o Mano e amigos vizinhos. Curtia muito, assinava uma revista especializada em surfe, acompanhava os torneios nacionais, estrangeiros e ainda é fissurado no assunto. Depois dos brasileiros Gabriel Medina e Adriano, o “Mineirinho”, então nem se fala.
Hoje vi um especial na “TV”sobre Tom Carey, famoso fotógrafo desse esporte aquático, no qual ele fala que começou a fotografar aos vinte anos e hoje, aos trinta e quatro, tornou-se perito nas seqüências de tubos fantásticos, em locais assustadores, na sensação de ser atingido por uma onda ou uma prancha.
Dropar em Pepiline, fotografar aéreos e giros, ondas de seis, oito e dez pés de altura fizeram que ele hoje se considerasse um “um rato do surfe”. “- Eu não preciso de muito. Só algumas ondas boas para ser feliz” - acrescentou ao seu depoimento.
Hoje as câmeras digitais tornaram tudo mais fácil. Mas ele afirma “nunca estar satisfeito, mas sempre faminto”, daí a razão do sucesso absoluto em seu trabalho.
“- Qual outro emprego em que você pode estar no mar, nadando, surfando e ainda tomando umas cervejas com o pessoal?” – acrescentou Tom Carey.
Ele disse que mesmo em Los Angeles existem praias onde ele fotografa ondas maravilhosas para o seu trabalho, como em Portugal ou mesmo no Havaí .
No seu depoimento, Tom Carey exibe um tanto de ondas formidáveis, tubos que parecem não acabar mais, seqüências extraordinárias e muito emocionantes.
Após ver o programa, fui dormir maravilhado e feliz, já elaborando mentalmente esta crônica em homenagem ao meu filho Cássio, hoje pai de família e homem de muitas responsabilidades, mas que traz em seu peito um coração de surfista inveterado.
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B.Hte., 11/01/16.
Homenagem ao Cássio, apaixonado pelo surfe e pelo mar.