Adeus Ano Velho e Feliz Ano Novo?
Trinta e um de dezembro de dois mil e quinze. Meio dia. Saindo do trabalho com boas expectativas. Afinal,,,será um novo ano. Nada pode piorar. E no que depender de mim não me faltarão disposição e planejamento para receber e adentrar em dois mil e dezesseis com o pé direito. É só fazer uma breve retrospectiva que o cansaço desaparece e uma força ressurge sei lá da onde. Tudo por dias melhores. Por noites melhores dormidas. Enfim,,,
Recapitulando então.
Roupa branca, ok. Cultura tradicionalmente brasileira. Uma peça azul bebê também não pode ser esquecida, como será o ano de Iemanjá, melhor agradá-la.
Infelizmente não será possível financeiramente pular as sete ondinhas, fazendo um pedido a cada pulinho. O que já me faz perder outra possibilidade. A de mergulhar em águas de rios geladíssimos no dia primeiro de janeiro em troca de promessas de amigos e parentes como os canadenses costumam fazer. É, tá certo que estaria nas águas geladas do mar catarinense, mas o que vale é a ideia. Hehe. Quem sabe ano que vem estarei na Europa, beijando alguém (não é meu amor) debaixo de um ramo de visco na noite de Ano-Novo (fica a dica).
Bem, as uvas já foram compradas. Já até separei as minhas sete para fazer meu amuleto da sorte com as sementes. Conforme os espanhóis se comem doze uvas à meia-noite do Ano-Novo, uma uva para cada badalada, simbolizando sorte para os próximos doze meses. Mas como está muito caro, melhor a adaptação brasileira. Cada uva tem no mínimo duas sementes. Ainda sobram duas.
O importante também é comer coisas redondas, bem como usar roupas com bolinhas. Os filipinos acreditam que círculos são símbolos de prosperidade. Por isso vou escolher apenas os deliciosos biscoitos redondos pra comer nesta noite. Podem até não serem os famosos “Hogmanay” dos escoceses, mas os biscoitos coloridos da dona Dotty fazem a alegria lá em casa. E como carrega a cultura alemã em suas veias, já deve ter preparado a carne de porco, pra trazer sorte e fartura. Tenho alergia à carne suína, mas só a presença dele ali já me basta. E também posso enfeitar meu porquinho cofrinho com chocolate e com o ‘marzipã’ que sobrou dos biscoitos. E a sobremesa será sorvete. Assim posso aproveitar a hipótese de estar “tchuca” com uma taça de espumante e me desculpar pelo sorvete que deixarei cair no chão. Os suíços dizem que é bom. Para que desconsiderar. Tão fácil.
A casa já está limpa. Assim como os chineses, nós brasileiros, costumamos fazer uma grande faxina em casa, alguns dias antes da virada do ano. Eles também decoram a casa com coisas vermelhas. Tudo certo! A decoração de Natal ainda continua lá intacta e permanecerá até o dia seis de janeiro, Dia de Reis, tradição cristã. E só pra constar, não me esqueci de ’faxinar’ as fotos e imagens de coisas que não quero levar adiante no novo ano assim como os equatorianos fazem.
De tudo o que já pensei durante o longo trajeto do trabalho até em casa, entre crenças e costumes, para fazer com que o ano vindouro seja melhor, poucas coisas não poderão ser efetivadas. Por exemplo, na Colômbia acontece algo como a malhação de Judas aqui no Brasil, só que em fim de ano. Um boneco de pano simbolizando alguém não muito popular sofre nas mãos de uma multidão nas ruas. Seria muita injustiça fazer isso com aquele Papai Noel que fica sentado em cima do ‘rack’ da sala. Até porque ele é o nosso mais popular bom velhinho. Reconhecido por todas as nações. São Nicolau ou São Basílio Magno da Turquia. Grandes inspirações. E da Coca-Cola neh! rssrss
(Bah! A Miss colombiana já deve ter feito o boneco do Steve Harvey pra colocar em sofrimento. Já a Filipinas devia estar usando um biquíni de bolinhas! Só pode!).
Assim como não poderei quebrar pratos na porta da casa dos meus amigos como fazem os dinamarqueses, porque moro no Brasil. Alo-ou!
Bom, e Deus me livre encontrar meus desafetos no último dia do ano pra “quebrar os pratos” como costumam os peruanos no Festival ‘Takanakuy’, acreditando que assim vão começar o ano sem desavenças. Tradição andina? Nem pensar!
Do contrário, tudo certo. Ainda terei como tarefa ajudar minha senhora mãe no banho. Aproveitarei para lavar bem os seus pés, em respeito e recebendo bênçãos em troca, como em Camboja.
E, com certeza, depois de um dia cansativo como este, cairei dura na cama. E quem sabe até conseguirei sonhar com três berinjelas (se eu ficar olhando um pouco pra elas antes de dormir é claro). É, porque com duas águias ou com o Monte Fuji será beeem mais difícil. Japoneses creem que sonhar com umas destas coisas na primeira noite do ano trará muita, muita, muita sorte. Han! Por sorte sonharei.
Putz! Espera aí! Essa não! Por que fui pensar nisso agora? Os galeses! Nossa! Os galeses dizem que entrar no ano novo com dívidas significa passar o ano inteiro no vermelho. Tô lascada! Aliás,,,estamos. Agora entendo porque a Presidenta parece tão ‘conformada’. Deve ter sido após a visita ao País de Gales. Hehehe. (Rir para não chorar).
Mesmo assim,,,vamos lá,,,nem tudo pode estar perdido. Não vamos perder a fé! Vamos todos comer lentilha embaixo da mesa e seguir em frente.
E se, mesmo com tudo isso, nada der certo, nadinha mesmo, no próximo Ano-Novo sugiro o costume venezuelano. Dar uma volta no quarteirão segurando uma mala vazia. Para eles, isso acarretará um ano cheio de viagens. Daí quem sabe neh? Bora lá!
UM FELIZ 2016 A TODOS!