Certa vez, numa aula dos tempos de faculdade, a professora de teoria literária vociferou a sentença que escandalizaria os corações mais românticos: “o amor não existe”.
Logo se levantaram algumas virgens mais exaltadas e retrucaram que amavam a mãe, o pai, a família.
- Como a senhora pode dizer isso? A vida precisa de amor – contradiziam indignadas.
Logo se levantaram algumas virgens mais exaltadas e retrucaram que amavam a mãe, o pai, a família.
- Como a senhora pode dizer isso? A vida precisa de amor – contradiziam indignadas.
Ficou por isso mesmo.
Esta semana, prestando favor a um amigo, eu o levei de carona até a casa da namorada, no fim da rua que margeia o Cemitério do Caju. Era noite. Deixei o companheiro no local desejado e ele agradeceu pela “desova”, metáfora que não fugia ao sentido da situação, o rapaz desembarcava nos fundos do campo santo.
Retornei pelo mesmo caminho, mas dois caminhões obstruíam a rota, tive que parar e aguardar a liberação da pista. Neste momento, vi uma menina ruiva, de pele claríssima, linda, num vestido vaporoso, parada na calçada do cemitério. Ela me encarou com um interesse quase científico. Fiquei inquieto e acabei retribuindo o olhar. Ela sorriu. Algo quase inacreditável, uma mulher bonita, parada na frente do sepulcro, me dando mole. Subitamente, ela se moveu na minha direção, se aproximou. Fiquei trêmulo, torcendo até para que o tráfego voltasse a fluir. Ocorrências inesperadas me aterrorizam. Ela encostou no carro, sorriu novamente e revelou a pergunta que me trouxe a resposta.
- E aí? Vamos fazer um amorzinho? É R$ 50,00 meia hora.
A única reação que me ocorreu foi perguntar o seu nome: “Gisa Poltergeist”.
Um impensável assédio sexual à porta das catacumbas e por uma mulher com sobrenome de filme do Spielberg.
Imediatamente, me recordei da frase que li num desses para-choques sábios, quando viajava para o sul.
“Se o amor tem preço, o mundo não está perdido. Sempre se pode fazer um seguro”.
Esta semana, prestando favor a um amigo, eu o levei de carona até a casa da namorada, no fim da rua que margeia o Cemitério do Caju. Era noite. Deixei o companheiro no local desejado e ele agradeceu pela “desova”, metáfora que não fugia ao sentido da situação, o rapaz desembarcava nos fundos do campo santo.
Retornei pelo mesmo caminho, mas dois caminhões obstruíam a rota, tive que parar e aguardar a liberação da pista. Neste momento, vi uma menina ruiva, de pele claríssima, linda, num vestido vaporoso, parada na calçada do cemitério. Ela me encarou com um interesse quase científico. Fiquei inquieto e acabei retribuindo o olhar. Ela sorriu. Algo quase inacreditável, uma mulher bonita, parada na frente do sepulcro, me dando mole. Subitamente, ela se moveu na minha direção, se aproximou. Fiquei trêmulo, torcendo até para que o tráfego voltasse a fluir. Ocorrências inesperadas me aterrorizam. Ela encostou no carro, sorriu novamente e revelou a pergunta que me trouxe a resposta.
- E aí? Vamos fazer um amorzinho? É R$ 50,00 meia hora.
A única reação que me ocorreu foi perguntar o seu nome: “Gisa Poltergeist”.
Um impensável assédio sexual à porta das catacumbas e por uma mulher com sobrenome de filme do Spielberg.
Imediatamente, me recordei da frase que li num desses para-choques sábios, quando viajava para o sul.
“Se o amor tem preço, o mundo não está perdido. Sempre se pode fazer um seguro”.