O Vestido Preto
A ocasião é oportuna para mais uma vez se verificar quanto estamos mal preparados para perceber às múltiplas modificações na convivência social. Uma professora de trinta e três anos de gramática não positivamente alguém que vá me impressionar, na verdade essa docente conscientemente praticou a maldade de se vestir muito bem, o que é um dever de toda mulher aqui neste plano. Segura de si mesma, e de seus bons instintos, das suas tendências para o exercício do bem. Com uma naturalidade, exercendo na educação um papel principal, certa disciplina de espírito de anjo educador, na sua luta diária para levar até as trevas da ignorância a luz da sabedoria gramatical que tanto ela domina.
Era um iniciar de noite comum como qualquer outro até que percebi aquela maravilha de vestido preto, com uma argola no busto e um bom gosto que me agradou logo de cara, já fui logo elogiando e ela agradeceu o comentário sobre a sua roupa. Descemos à escada e fomos para o sétimo período e a aula para mim passou rápida e proveitosa, num lance de alegria e bom gosto único pôde perceber que nem tudo está perdido, e que existem mulheres que sabem se vestir e que o bom gosto ainda existe nesta terra de costumes toscos e de Quasímodos desesperados.
HERR DOKTOR