Só quero a passagem de ida
Mário Quintana sempre me falou que viajar é mudar a roupa da alma e eu nunca duvidei disso. É vestir-se com outras paisagens, sotaques, gostos e, sobretudo, novidade. Experimentar. Sair da realidade. Sonhar. Fazer as malas, colocar o pé na estrada ou nas nuvens e sair por aí, descobrindo o mundo, é algo que me encanta. No entanto, voltar para casa sempre teve um gostinho especial. Pisar de novo no meu chão, ver minha gente, apreciar meu lugar e me sentir em casa eram sempre as sensações que eu buscava, após dias fora de Natal/RN.
Hoje, faz um mês desde o retorno do meu último destino - seis voos, mais de 4 mil quilômetros, sete dias de uma experiência inesquecível: Acre. Sim, ele existe! Existe e é lindo! Minha viagem a Rio Branco/AC foi completamente diferente de todas as outras, pois a ansiedade de voltar para casa se perdeu no meio das nuvens e eu ainda não consegui encontrá-la. Já não piso mais nesse chão como antes, quero voar.
Não há mais desejo de ficar por aqui e celebrar a estadia fixa. Meu coração está bailando tango na Argentina, tomando um chá às 5 p.m na terra da Rainha, assistindo a um jogo de beisebol in USA. Ou, quem sabe, está em algum lugarzinho da Índia, vestindo sári. Talvez esteja visitando alguma pirâmide no Egito ou o Coliseu em Roma, até mesmo andando por Paris para o conhecer o Louvre e a Torre Eiffel. Não me admiraria se estivesse em Bonito, no Mato Grosso do Sul, ou logo ali, dançando ao som do Olodum, no Pelourinho baiano. Meu coração está em qualquer lugar do mundo agora, provando pratos típicos, se encantando com diversas culturas e ouvindo inúmeras línguas e jeitos de falar, mas nenhum deles tem “galado” no vocabulário.