Raio de Sol

Era apenas um raio de sol no meu dia cinza, destacava-se naquela neblina onde eu me encontrava. Suave como um fim de tarde, tirou-me o riso, como quem tira uma flecha de um peito. Era um mar em calmaria, eu admirava e me envolvia naquele embalo de início de verão. Meus pés precisavam sentir, então me deixei levar por aquelas ondas. Traiçoeiro, me abraça e afoga. Eu que pensei que era minha a sua beleza, que poderia desfrutar do seu brilho e preencher meus vazios infinitos. Veio como um nevoeiro, cegando até os meus sentidos mais ocultos. Seduziu, me despiu além das vestes. Perdida naquela ilusão, o abraço gélido e agressivo cessou, as lágrimas faziam parte dele. Adormeci desejando que minhas pálpebras não abrissem. Desejei que meus olhos nunca tivessem contemplado aquele azul, mas lembrei-me que há muito tempo eu não havia sentido minhas veias pulsarem, que meu suspiro era leve quando eu me entregava. Mesmo ferida, ainda almejo por fazer parte dessas paisagens, fazer morada em sua areia, admirar noite e dia e tornar-me seu elemento, quero ser água, vento ou até mesmo um raio de sol. Meu mundo se perdeu um tempo atrás, já não sei se faço mais parte dele. Meu coração está preenchido de ilusões que quero fazê-las reais. Meu coração hoje sangra por ter deixado de ser pensante pra amar. Consequência, pois a razão justa e o amor é irresponsável.

Lu Veríssimo Art
Enviado por Lu Veríssimo Art em 07/01/2016
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