Confusa
Encontro-me perdida em mim mesma tal qual pássaro em selva de pedra. Tornei-me um misto de confusões enviesadas por medos e anseios. Um mar de monstros. A caixa de Pandora pronta para ser aberta.
Já não reconheço aqui os sonhos de outrora. Algures, tomam a forma de demônios e vestem-se de pesadelos. Neste tempo sou janela que jamais se abre. Relógio parado em hora de desespero. Sou o vão do esquecimento e um erro experimental. Tornei-me escombros do que já fui um dia. Resto de demolição. Finquei minhas dores em areia movediça que sempre afunda o pedregulho deste terreno irregular que já foi um coração.
O que fazer quando já não nos recordamos de nós? É aí que desatam-se os nós? No fim, seremos apenas aquilo que os outros lembrarem que éramos...