O NASCIMENTO DO BEZERRINHO

Há pouco mudei de endereço, o engraçado é que não sofri nenhuma adaptação, creio que seja pelo fato, de eu haver me apaixonado pelo lugar desde a primeira vez que avistei o terreno.
Na verdade, nem parece que houve mudança, pois a nova casa abraçou-me de uma forma tão especial, que tenho a impressão que aqui resido há muitos anos. 

No entanto, há sempre coisas novas ao mudar. 
Por aqui, quando chega a noite, é de uma quietude, só quebrada, pela sinfonia dos grilos, sapos, corujas, rãs e outros afins.
Sons que eu adoro, são eles que tem me embalado num sono sereno.
Entretanto, houve uma madrugada, que despertei com o mugido sentido de uma vaca. Durante o dia, me acostomei (e adoro) ouví-las e a vê-las pastando rente a minha janela. Mas, no meio da noite foi a primeira vez que ouvi. O som da vaquinha, mais parecia um lamento.
Condoída, fui até a varanda do quarto, olhei a imensa mata de onde vinha o mugido/lamento, depois mirei o céu, a lua cheia brilhava linda. Lembrei do doce Francisco de Assis, que tratava os animais de "irmãos menores", e com fé pedi a ele que amparasse aquele animal que com certeza sofria.
Assim que amanheceu, inteirei-me que a vaquinha passou a noite em trabalho de parto, e só nos primeiros raios do dia, veio à luz o bezerrinho.



(Imagem: Lenapena)
 
Lenapena
Enviado por Lenapena em 07/01/2016
Reeditado em 07/01/2016
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