UM E-MAIL E AS INEVITÁVEIS LEMBRANÇAS...
Recebo um e-mail de um amigo* no domingo, somente fomos lê-lo após as 22h00minh; nele comunica o desenlace de uma dileta amiga* de vários anos, desde a nossa mocidade. Seu sepultamento seria as 15h00minh...
Durante várias décadas trabalhamos juntos na mesma instituição*, assumiu a Presidência da Casa em quatro ocasiões, nas duas últimas vezes fomos seu Vice-Presidente.
Mãe exemplar, esposa dedicada, escolheu a árdua carreira do magistério, chegando pela sua capacidade na condição de Diretora e após mais alguns anos se aposentou.
Em razão de terem se mudado para o outro extremo da cidade, não pode mais assiduamente frequentar a instituição que durante vários anos recebeu seus valiosos préstimos. Espírita convicta, dom nato para a exposição, soube aliar o conhecimento na vivência com relação aos que a auxiliavam, espírito lúcido, fraterno e amigo e sem imposições “ditatoriais”, mas numa democracia plena, aceitando sugestões que viessem para a melhoria dos trabalhos, que refletiriam no melhoramento das tarefas da própria instituição.
O tempo passa célere para todos. Sua ausência entre nos ficara mais acentuada, assumira com destaque o papel da mulher na sociedade, com permanente enfoque na área política...
Muito embora não estivesse convivência conosco, não apagou os anos de vivência fraterna, em que junto trabalhamos no engrandecimento da prática espírita, trazendo o seu teor doutrinário as realidades dos novos tempos, mas que carecem como sempre do entendimento, das superações das “diferenças”, pois a Doutrina é uma só, muitas vezes afloram o personalismo que criam as dificuldades do entendimento, mas que, acima de tudo deve prevalecer o fraterno entendimento, sobre as “divisões” doutrinárias que não agregam, mas sim dividem; esquecidos que somos irmãos, em busca do constante aprendizado; muito embora não estejamos situados em níveis exatamente iguais...
Em inúmeras ocasiões passamos no comercio do seu marido, *e perguntávamos por ela; está bem respondia, apenas tentando superar alguns problemas de saúde dizia e completava: semanalmente fazemos o culto cristão no lar. Numa prova eloquente, que muito embora na impossibilidade de se frequentar uma Casa Espírita, que deixamos de acalentar tudo que a Doutrina Espírita nos inspira...
Algum tempo atrás, por coincidência a encontramos num consultório de um médico homeopata, - que fomos visitar. - conversamos rapidamente, após alguns anos sem nos ver; em que as “marcas do tempo” refletiam em ambos...
Nos caminhos da vida, há as “separações”, que gostaríamos que não acontecesse, nos “distanciamos”, porém, no âmago do nosso ser, há as imorredouras lembranças das tarefas que compartilhamos, e pensáramos que jamais seriam interrompidas; na maioria das vezes se cumpre àquela célebre frase de um inolvidável Benfeitor Espiritual**: Benfeitor auxilia em passa...
E nos gostaríamos que estivessem sempre entre nós, em todas as horas de nossa vida...
“Que diríeis de um prisioneiro que tivesse cumprido sua pena, e que se retivesse na prisão enquanto que se desse à liberdade àquele que a ela não tinha Direito?” * Certamente cumpriu com sua missão, ao esposo, as filhas e aos demais familiares nossos sentimentos, na certeza que a vida continua sem as dificuldades inerentes a esta dimensão; “lá”, será melhor do que “aqui”, em face do bem que ajudamos a construir, pois ao “iluminarmos” o caminho de quem está ao nosso lado, isto refletirá em nossa própria “iluminação”, pois o bem é uma predestinação de todos nós...
*Carlos Alberto de Oliveira
*Wilma Kaiel, nasceu em Itararé-SP. Tinha 79 anos.
*Centro de Estudos Espírita Francisco de Assis.
*Nagib Kaiel
*André Luiz, livro Agenda Cristã.
*O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V item 22: Se Fosse Um Homem de Bem Teria Morrido; (Fénelon, Sens, 1.861).
Curitiba, 22 de setembro - Reflexões do Cotidiano – Saul Hoje é 6 de janeiro de 2016
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