Feliz Cidade

Não tenho medo da cidade com seus becos, breus, bares e favelas. A cidade está em mim, tanto quanto estou nela. Faço planos de torná-la mais agradável.
     As pessoas andam pelas ruas num vai e vem constante. Muitos vieram de longe em busca da felicidade, da realização de seus sonhos.
São inúmeras as igrejas católicas, pentencostais, orientais. Centros espíritas, terreiros de umbanda. Tem escolas, casas lotéricas, feiras variadas; as chaminés das fábricas expelem fumaças tóxicas, embora com menos intensidade devido a desindustrialização e aos filtros antipoluentes. A poluição maior fica por conta dos milhares de veículos em circulação. Preciso falar com o prefeito.
     Temos artistas, poetas, músicos, pintores (inclusive os de paredes), dançarinos, atores, atletas, uma cidade repleta de operários, quase nunca remunerados com justiça, mas que teimam em produzir riquezas.
     Temos política e políticos, nem todos preocupados com a ética.
A cidade está em mim como estou nela, em interação. Então pergunto:
Temos a cidade que merecemos ou merecemos a cidade que temos?
Seja qual for a resposta, uma coisa é certa: a felizCidade de todos depende de cada um. Mais ainda, lógico, dos gestores.



Desejo a todos e a todas um 2016 de poesia e alegria. E elejam pessoas que realmente queiram uma  FelizCidade
 

Esta crônica foi escrita em 1994 e publicada originalmente no boletim Intercâmbio, que distribuíamos em algumas escolas do município de Contagem. Está em meu livro de bolso Crônicas do Cotidiano Popular - edição do autor - 2006 - Primeira edição esgotada.



Para saber como ter acesso ao meu último lançamento A Moça do Violoncelo - Estrelas leia a postagem MENSAGEM e saiba como