SIMBIOSE

SIMBIOSE

Creio não estar errado por acreditar que não há simbiose maior do que aquela entre avôs e netos. Como explicar que seres tão distintos atraiam-se tanto, talvez, porque uns estejam acabando de chegar e outros estejam a ponto de partir, e estes querem desfrutar ao máximo aquelas doces presenças ou presentes, retardando a partida. O nascimento de netos é também renascimento de avôs, aqueles que já não tem o vigor do amar apaixonado, próprio da juventude, que já não tem, na maioria das vezes responsabilidades pela manutenção dos filhos e das casas, e recebe uma injeção cavalar de adrenalina e o amor brota de forma exponencial. Não há como comparar o amor dedicado aos netos com aquele dedicado aos filhos. O amor dedicado aos netos é mais completo, mais terno, mais paciente, mais leniente, mais rico, mais presente e é fonte de vida, as vezes beirando a loucura do querer a imortalidade. Não há nada que se compare nessa etapa da vida, do que o receber um beijo, um abraço, um pedido de colo, uma naninha, um balbuciar “vovô vamo binca” e lá vai o vô virar criança outra vez, renovado pela dádiva de amar sem limites. E a casa do vô é o castelo das fantasias e das invenções, por mais esdrúxulas que sejam, e também o lugar dos protestos daqueles que ainda não são avôs, mas o tempo os ensinará, assim como me ensinou.

Netos são a sobremesa da vida!!

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 04/01/2016
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