Assim ou...nem tanto 25
Ano Novo, Vida Velha
Nenhuma mudança haverá no homem que, imóvel ou ausente, espera que o tempo passe. Todo o futuro precisa de mãos para ser presente porque nada do que virá nasce das pedras. E, aqui estou, noutro ano, com a mesma vida velha. Custam-me os radicalismos e não acredito nas promessas que fazemos na alegria de um convívio bom. É por isso que, apagadas as luzes, sobro como potência de muitas mudanças mas sem qualquer certeza delas. Sou hoje, no entanto, um portador de esperança porque, como escreveu Aristóteles, ela é o sonho do homem acordado e eu sonho sempre, acordado ou não. Trago como alavanca para as novidades que virão, o que tenho de meu: corpo, vontade, afetos. Tenciono vencer os dias com alegria por saber já que, com ela, as horas passam mais depressa, as tarefas ficam mais fáceis, o mundo ainda mais bonito. Olho para os outros como amigos potenciais e o meu primeiro impulso é de empatia. Quero gostar de ti, quero estar do teu lado, sinto que me faltam forças para a guerra. Acresce que vejo em ti todas as potencialidades para melhorar o meu futuro, a minha vida, a minha felicidade. Contigo, não vou precisar de me anular, nem de resistir, nem fingir que sou diferente. Com os amigos por perto os próximos desafios serão uma brincadeira de crianças.