A ÉTICA NOS LUCROS...

Grande parte de nossa existência, - mais de quatro décadas. –foi dedicada a área do comércio. Razão pela qual nossa pequena empresa tinha um emblema significando os três elos que envolvem a indústria, o comércio e no final o consumidor...

Certamente numa sociedade que deveria primar pelos valores é ticos, os lucros de cada setor deveriam ter parâmetros, que não visassem tão somente o enriquecimento de poucos em detrimento de muitos...

Vendo uma propaganda de uma revista* muito conhecida, nos chamou atenção pelo tema abordado futebol. “O país do futebol, não é o Brasil, mas sim a Inglaterra, pois o seu campeonato de segunda divisão recebe 50% de público a mais que o nosso campeonato brasileiro”... “O Paquistão é o maior produtor do mundo de bolas de futebol, lá, elas, são fabricadas a mão e por - acreditem! – 0,75 dólares. Na Europa, são vendidas por até l25 dólares.” Portando o intermediário usufrui de um lucro de 1500%, e os que produzem?

Em nosso país, tem se comentado muito sobre os lucros do setor bancário; se retribui aos poupadores menos de 1% ao mês, se usarmos o limite do Cheque Especial, pagará mais de 8% ao mês, portanto com uma diferença daquele que investe na poupança em torno de mais de 700%, comparando com o lucro da indústria e do comércio é realmente um patamar fogem da normalidade...

Certa ocasião tivemos a curiosidade de questionar um antigo comerciante, desde a muito aposentado, no ramo dos antigos armazéns, que antecederam os atuais supermercados, que margem de lucro colocavam na ora de revenderem suas mercadorias, nos informou que simplesmente acrescentavam 30% na revenda de cada produto; seria para este comerciante equivante a um desconto real de 23,1 % na compra da mercadoria, com esta margem sobrevivia e mantinha suas atividades...

A sociedade atual, desde a muito está passando por mudanças de comportamento, nos setores de produção na “Economia Globalizada”, onde há fortes indícios que a ambição maior é o aumento dos lucros; algumas indústrias passaram a produzir seus produtos em outros países, não para beneficiá-los, mas, sim, para usufruir de uma mão de obra mais barata; nem sempre esta produção de custos menores, é repassada ao consumidor final...

Cortando postos de trabalho em seus países de origem; o comprador pensa estar adquirindo uma marca nacional, cuja procedência desde a muito, deixou de ser produzida aqui; isto deveria ser claramente informado ao consumidor; este produto não é mais feito aqui, somos apenas revendedores e não produtores...

Onde está a ética na produção e nos lucros?

A Globalização não deve ser sinônimo de exploração. É preciso reavaliar conceitos e valores, para que tenhamos uma sociedade mais justa e solidária.

Para encerrar nossas breves Reflexões do Cotidiano de hoje, nos recordamos do início dos anos 80; pela primeira vez ouvimos; e não entendemos com toda a abrangência do que estava ocorrendo, a líder da indústria automobilista no mundo, estava lançando o seu primeiro “carro mundial”, o Monza. Mas tarde fomos entender que a economia globalizada dava seus primeiros passos, os componentes do veículo, eram produzidos em diversos paises, - se buscando custos menores, - quando finalmente o veículo foi montado e lançado, causou na época muita admiração, sem que percebêssemos de pronto estávamos entrando na economia globalizada; no dizer do saudoso Papa João Paulo II: ”A Globalização é o capital sem pátria, cujo o objetivo maior é atingir maiores lucros”. Será que vale a pena? Semear mais distorções sociais?

*Revista Superinteressante

Curitiba, 19 de agosto de 2009, Reflexões do Cotidiano Saul Hoje é 30 de dezembro de 2015

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 30/12/2015
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