DE MÃOS ABANANDO
Nunca tive um namorado. Não sei o que é caminhar de mãozinhas dadas em um fim de tarde na praia, nem tomar suco em um copo com dois canudinhos, mas ainda assim, sei muitas outras coisas, e o suco tomado com um canudinho ainda continua delicioso. Sei que ainda não é o meu momento de ter um namorado. Tenho outras prioridades. Ainda sou muito imatura para me aventurar em uma relação que necessita de maturidade de ambas as partes. Um relacionamento não precisa de pessoas perfeitas, mas dispostas a tentar. E eu, não estou. Mas no futuro que pode ser amanhã mesmo ou daqui um ano, quem sabe. Ainda quero apreciar uma caminhada com as mãos livres e os pés descalços deixando pegadas na areia. Se alguém resolver segui-las e ao chegar até mim, estender suas mãos livres para que eu saiba o que é caminhar de mais dadas, recusarei dizendo que: "O que une duas pessoas não são as mãos e sim, o coração!" Mas se fizer questão de usá-las, tenho uma ideia melhor: "Me carregue de volta, pois já caminhei demais!" Pelo menos assim, ele nem sai de mãos abanando e eu preservo as minhas livres. Assim como eu.