Ode à Lua

"24 de dezembro de 2015, dia ensolarado com previsão de calafrios em corpos emotivos.

Saí da minha casa ás 08:30, mal sabia que nesse mesmo horário um malabaristas de sinal deixava a bolinha cair no chão, fazendo-a bater duas vezes no asfalto, 5 segundos depois desse curricular acontecimento, Um felino preto e branco espreguiça-se contraindo quase que todos os seus 245 ossos, nesse instante a 30km dali, uma criança sorrir provocando ruguinhas nos cantos dos olhos, agradecida pelo presente que seu pai lhe havia dado..."

Não há como escapar, esses pensamentos estão dentro de mim, me estressa saber que enquanto eu me movimento milhares de seres se movimentam junto comigo e eu não posso saber o que eles estão fazendo.

Levantei-me hoje, deixei a paranóia de lado, vesti meu uniforme e fui trabalhar.

O tempo passou freneticamente, e pouco tempo depois de ter saído de casa, lá estava eu, esperando a lotação para voltar.

Haviam enfeitado a praça para o natal, ás árvores estavam cheias de luzinhas coloridas, segundos elas eram todas vermelhas em outros todas verdes, e ao longe via-se uma árvore de natal projetada dentro da lagoa Paulino.

Poucos carros passavam nas ruas, o sinal abria e fechava, ninguém falava, tentei sem sucesso descobrir o pensamento de cada pessoa.

A minha lotação chega, entramos eu e muitos outros seres humanos.

A lotação começa a rodear a lagoa, e em meio ao deserto de vidas, vejo ao longe, a medida que se aproximava algo ser arquitetado aos meus olhos, primeiro formou-se um corpo magro, depois pude ver cabelos negros cacheados cobertos por uma boina preta, alguns segundos pude perceber: Um rapaz, em meio ao nada, sentado em um banquinho de frente para a lagoa, tocando flauta, olhando para a lua!

A lua por sua vez, refletia na água, a água se movimentava serenamente, e eu hipnotizada ouço brevemente o som desafinado saindo daquela flauta de madeira.

Quando dei por mim, eu estava quase quebrando o meu pescoço olhando para trás, virei para frente, lembrei-me de fechar os olhos e comecei minha paranoia:

"24 de Dezembro de 2015, às 21:14 em uma cidadezinha no interior de Minas Gerais, um hippie assobia satisfeito sentado na grama fria no centro da cidade, perto dali uma borboleta azul dá as suas últimas batidas e cai enfraquecida em cima do lixo colocado para fora da loja feminina, nesse momento a estátua de Juscelino Kubitschek, localizada em frente ao museu da cidade, olha orgulhosa as flores colocadas pelos estudantes de humanas em sua arma, também nesse instante os funcionários de um estabelecimento fecham o local e se abraçam desejando uns aos outros um "Feliz Natal!", enquanto um jovem sai da sua casa com uma flauta de madeira. Momentos depois um lotação passa em frente a principal lagoas da cidade, alguém olha com encanto o rapaz que sentado sozinho toca com flauta doce um Ode à lua..."

Andrea A Gonçalves
Enviado por Andrea A Gonçalves em 24/12/2015
Reeditado em 25/12/2015
Código do texto: T5490351
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