Pirangueiro

Estou ficando pirangueiro. Também, pudera!, as finanças estão abaladas, aposentado mixuruca vive no vermelho. Mas sempre gosto de fazer um esforço para dar uns presentinhos a pessoas que estimo muito. É o caso de um irmão, todo ano dou a ele um queijo do reino Borboleta. Fui comprar num supermercado e aí quase tive um troço: o preço do queijo era quase oitenta reais. Achei um absurdo. Ora, um dia antes meu ventilador que boto perto do birô para escrever pifou, comprei outro, um miudinho que quebnra o galho por 60 reais, aproveitei e no camelô comprei um relógio que achei bonito, pode até não prestar mas é bonito, pasmem, por vinte reais. Como vou pagar por um queijo o valor de um ventilador e deum relógio? Dei uma de pirangueiro. Não comprei. Ele gosta muito de duas coisas, desse queijo e de ler. Resultado, entrei numa livraria e comprei o novo livro de Ruy Castro, "A Noite de meu Bem", por 56 reais.

Agora, cá pra nós, eu também sou louco por queijo do reino Borboleta, e só passo o Natal na casa dele, o cara abre um itro de uísque e vamos tomando umas dosese tirando o gosto com o bendito queijo. Fito e feito. Sim, porque um amigo deu o presenteou com um queijo do reino. Não foi Borboleta mas foi Jung, que também é ótimo. É isso estou ficando pirangueiro. Véio chato e pirangueiro. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 24/12/2015
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