PRAIA GRANDE

O nome, mais que apropriado, descreve exatamente a sensação que temos ao chegar.

A areia desde o calçadão até a borda das ondas parece não ter fim. Larga, cinzenta e plana.

O calçadão, ajardinado, foi bem planejado e dispõe de ciclovia devidamente sinalizada e bastante espaço para os pedestres.

Como em todos os locais daqui de São Paulo, gente, muita gente passeando por entre os quiosques onde se vende de tudo.

Chama a atenção o grande número de coqueiros, grandes, adultos, repleto de frutas e preservados por todos.

Ninguém mexe, ninguém sobe para colher as frutas, como acontece nas muitas outras praias do nosso litoral, principalmente no Nordeste brasileiro.

Cidade Ocian, bairro em que ficamos nos dois últimos dias de novembro, nasceu em 1954 pela concretização do sonho de engenheiros, visionários e talentosos realizadores.

A Organização Construtora e Incorporadora Andraus Ltda. (OCIAN), dos irmãos Roberto, René e Raul Andraus transformou o antigo pântano da Fazenda Ubatuba, então pertencente ao Município de São Vicente, num bairro planejado e arquitetonicamente tão avançado que só perdeu o posto de melhor do Brasil quando da inauguração de Brasília (a capital federal) em 1960.

Alugamos triciclo, daquele tipo comboio, e fomos dar uma volta pela ciclovia à beira mar, onde além dos quiosques e de outros equipamentos, também foram instalados vários monumentos, com destaque para Netuno (Posseidon) e Iemanjá.

Lá estavam várias pessoas executando os ritos do candomblé miscigenados com ritos católicos em eloquente demonstração de que fé não tem fundamento, ou como diria minha a avó Valentina, (católica apostólica romana, irmã da ordem terceira de S. Francisco):

“esse pessoal acende uma vela pra deus e outra para o diabo”.

Claro que, acostumado com as águas tépidas da minha terra natal, eu não aguentei a água fria, quase congelante, do mar desse litoral paulista pleno de belezas naturais que ainda resistem apesar do homem e do seu rastro de destruição por onde passa.

O restante do tempo foi consumido em família, com churrasco, cerveja, camarão frito, água de coco, raspa-raspa de morango (raspadinha para os paulistas) e muita conversa jogada fora...