MAS AFINAL, O QUE É POLÍTICA?

Estamos acostumados aos tristes fatos no noticiário, posturas agressivas e arrogantes de políticos e governantes, medidas injustas, suspeitas, e passamos a acreditar que política é isso: sujeira, corrupção, roubalheira, cinismo, hipocrisia, falsidade, mentira, impunidade, uma maneira de ganhar muito dinheiro em pouco tempo, aposentar-se com ótimo salário e ter mordomia, sem esforço ou estudo.

Acredite! Isso não é política! É, no máximo, politicagem.

Primeiramente, vamos ver o que o dicionário define como política:

- sistema de regras, respeitantes à direção dos negócios públicos

- arte de bem governar os povos

- princípio doutrinário que caracteriza a estrutura constitucional do Estado

- posição ideológica a respeito dos fins do Estado

Um conjunto de regras e atitudes foi desenvolvido, através dos tempos, por sábios e administradores, desde a antiguidade, dando origem a vários modos de administrar a coisa pública. Disso surgiram as seguintes e correntes variações:

- extrema esquerda : comunista, socialista radical, ditadura proletária

- centro esquerda : socialista democrático

- centro : democrático liberal

- centro direita : capitalismo de perfil democrático

- extrema direita : nacionalista radical, ditadura militar ou de classe

Democracia, teoricamente, é o governo do povo, pelo povo e para o povo.

O político eleito para um cargo lida com negócios, sustentação da máquina pública e serviços que deve prestar à população. Quem se candidata a um cargo eletivo deve ter em mente que, se eleito, trabalhará em prol da população, devendo deixar de lado interesses particulares, priorizando o bem comum. Isso se aplica aos nomeados para cargos de confiança ou outro serviço em instituições publicas. São servidores públicos, e devem se dedicar aos deveres, para os quais foram eleitos ou nomeados.

Infelizmente, é difícil (quase impossível) encontrar um político pobre!

Muitos candidatos mostram aos eleitores que foram pobres e penaram para sobreviver. O povo se compadece da origem humilde e prefere elegê-los, mesmo que não demonstrem adequada capacidade para exercer o cargo ao qual se candidatam. Porém é comum que após eleitos passem a aproveitar os mimos do poder, preferindo viajar, freqüentar solenidades, receber títulos e comendas, fazer discursos e inaugurar obras (ou promessas), dar entrevistas e gastar dinheiro público com aquisições inúteis ou favorecendo compadres.

Ação, verdadeiramente, política, implica em:

- governar imparcialmente, deixando de lado amigos, parentes, partido e outros

- agir por critérios técnicos de prioridade, sem interesses pessoais ou de classe

- jamais comprar acordos políticos ou tentar abafar manifestações da oposição

- nunca se ausentar do cargo ou deixar de atuar, sem que haja séria motivação

- deixar de lado os privilégios do cargo e agir como um funcionário do povo

- ter conhecimento pleno de tudo que diz respeito à sua atuação pública

- não ler discurso feito por outra pessoa, e se expressar de modo claro e simples

- tornar os atos próprios e de subalternos totalmente transparentes à população

- responsabilizar-se, totalmente, por erros de subalternos, admiti-los e corrigi-los

- nomear servidores por critério técnico e não político, nem empregar partidários

- economizar as despesas do Estado ao máximo, investindo em obras sociais

- eliminar festas, solenidades e viagens, usando o tempo e dinheiro para produzir

- diminuir ao máximo o tamanho do Estado e a quantidade de servidores

- administrar bem, para servir de exemplo aos sucessores

De tanto ver atitudes mesquinhas e vergonhosas, passamos a te-las como normais, mas embora comuns, são anormais e imorais, ainda que muitas não sejam categorizadas como criminosas (eticamente o são).

Política é uma arte, um dom, uma vocação, que deve ser exercida por quem seja despojado de ambições pessoais, e que se esqueça de seus próprios interesses para pensar nas necessidades de todos (justamente o oposto do que ocorre hoje, quando os políticos que temos são, certamente, os mais gananciosos, egocêntricos, arrogantes e mesquinhos, salvo raríssimas exceções). Tendo em vista tais parâmetros, você pode entender que para cessar a politicagem e em seu lugar assentar a verdadeira ação política, é preciso que cada um de nós avalie quem está se candidatando, e se não houver quem apresente tais qualificações, não vote, não escolha ninguém. É preferível que uma eleição seja anulada ou haja barulho (sem violência), para que as regras mudem para melhor.

A atitude política é universalista, abrangente e pacífica, e até em tempos difíceis, deixa um rastro de progresso, bem estar, harmonia social e solidariedade, que é o oposto do que vivemos presentemente, em nosso país ou no planeta.

nuno andrada
Enviado por nuno andrada em 19/12/2015
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