Pobres Riquinhos

Nesta reta final do ano vamos ficando mais devagar, é como se nos acometesse um surto de preguiça, ficamos apenas recordando e torcendo para que o ano acabe logo, parece que não foi um ano muito bom. É claro que há as exceções, coroas que tiveram um excelente ano, mas a maioria não simpatizou muito com 2015. Quanto a moçada, esta não está nem aí para o tempo.

De minha parte vou ficando no meu cantinho, encolhido, pensando no passado, remexendo em guardados, divagando comigo mesmo, até as maltraçadas estão saindo na marra.

Vou a mais uma reminiscência, algo que não caso de lembrar: a infância. Lembro que os garotos "riquinhos" de antigamente não eram felizes porque sendo filhos da "eliete" não podiam se misturar com os filhos dos pobres. Viviam à margem, dentro de uma redoma de araque, infelizes e solitários.

Sempre fiz parte da massa. Por isso mesmo tenho muitas saudades do passado. Apesar de asmático, o que me limitava fisicamente, fui um moleque feliz, um moleque de rua. No bom e no mau sentido. Tenho um orgulho danado de ter vivido uma infância livre e sem preconceitos, sempre distante do mundinho chato dos garotos "riquinhos".

Erram os que acham que os meninos pobres não curtiam a infância. Curtiam sim, e eram felizes. Têm histórias para contar. Eles gozaram a valer os floguedos próprios da idade. Coisa que os "riquinhos" não puideram fazer.

Ah, que saudade da infância. Eu era felize não sabia. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 19/12/2015
Código do texto: T5485327
Classificação de conteúdo: seguro