Pobres Riquinhos
Nesta reta final do ano vamos ficando mais devagar, é como se nos acometesse um surto de preguiça, ficamos apenas recordando e torcendo para que o ano acabe logo, parece que não foi um ano muito bom. É claro que há as exceções, coroas que tiveram um excelente ano, mas a maioria não simpatizou muito com 2015. Quanto a moçada, esta não está nem aí para o tempo.
De minha parte vou ficando no meu cantinho, encolhido, pensando no passado, remexendo em guardados, divagando comigo mesmo, até as maltraçadas estão saindo na marra.
Vou a mais uma reminiscência, algo que não caso de lembrar: a infância. Lembro que os garotos "riquinhos" de antigamente não eram felizes porque sendo filhos da "eliete" não podiam se misturar com os filhos dos pobres. Viviam à margem, dentro de uma redoma de araque, infelizes e solitários.
Sempre fiz parte da massa. Por isso mesmo tenho muitas saudades do passado. Apesar de asmático, o que me limitava fisicamente, fui um moleque feliz, um moleque de rua. No bom e no mau sentido. Tenho um orgulho danado de ter vivido uma infância livre e sem preconceitos, sempre distante do mundinho chato dos garotos "riquinhos".
Erram os que acham que os meninos pobres não curtiam a infância. Curtiam sim, e eram felizes. Têm histórias para contar. Eles gozaram a valer os floguedos próprios da idade. Coisa que os "riquinhos" não puideram fazer.
Ah, que saudade da infância. Eu era felize não sabia. Inté.