Ilusões

Quem não as possui, quem não se deixou levar por elas, quem não as lamentou. Elas se apossam de nós e por causa delas muitas vezes comentemos inúmeros desatinos. Depois como num passe de mágica elas se vão e deixam muitas das vezes um enorme vazio, um buraco enorme dentro de nós. Em seu lugar fica a experiência, u’a maior maturidade, um melhor julgamento de situações. Porém me parece, que dentro das ilusões ficam algumas coisas de certo modo, permanentes, guardadas, arquivadas em nossas memórias que, de quando em quando afloram trazendo por breves momentos um certo bálsamo, um leve frescor de recordações e que em muitas vezes nos fazem tão bem. Um determinado aroma, por exemplo, pode numa velocidade enorme nos levar de volta ao passado e ainda sentirmos a doce fragrância de um romance passado, que foi bom àquela época, mas que hoje seria ilusão diante de nossa ótica atual. Ainda assim, a doce lembrança ali está a nos acariciar e podemos desfrutá-la quantas vezes quisermos. O mesmo se dá com as antigas canções que ouvimos no passado, muitas delas talvez caretas hoje em dia, mas como nos fazem bem quando as recompomos no específico cenário do tempo próprio dela, ali ela é linda, porque faz parte de um cenário de doces recordações. Mesmo em situações difíceis que já vivemos, as lembranças de outras ilusões no ajudam alertando para possíveis situações no presente fazendo com que nos desviemos de outros momentos por certos novamente complicados. Como volto com enorme velocidade em minha infância levado pelas mãos das ilusões e me vejo brincando de bola, andando de sapatos na enxurrada, saudoso do papai Noel e da mágica da árvore de natal.

Podemos não perceber, mas muitas dessas ilusões estão sempre ao nosso lado fazendo em muitos momentos o papel do nosso médico, do nosso remédio, do nosso sorriso que inexplicavelmente de vez em quando nos aflora naturalmente nos transportando para uma dimensão sem nome, nos dando a mão, como diz certa canção:” Toda vez que o adulto balança, a criança lá dentro vem me dar a mão...

Carlos A Funghi
Enviado por Carlos A Funghi em 18/12/2015
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