Rosa dos ventos?

A esquerda para quem chega em Guajará-Mirim oriundo de Porto Velho, no local onde outrora fora uma estação de micro-ondas da Embratel, havia um mirante de onde se avistava parte da cidade e boa parte do Rio Madeira a uma distância de quilômetros. Foi naquela ponta de serra (do Parecis, acho) que aprendi uma lição de quem aparentemente nenhum conhecimento tinha, pelo menos é o que transparecia.

Apesar do dia chuvoso, o Sol se preparava para o show de todos os dias: o Pôr do Sol. Faltando poucos minutos para o aguardado ocaso percebi um jovem rabiscando o chão de areia úmida. Mas não era um rabisco comum, ele desenhava uma Rosa dos ventos. Simples, mas bem esquadrejada. De imediato percebi que as direções estavam erradas. O "norte" apontava para algo como sul-sudoeste. Além do mais o "leste" ficava a esquerda do "norte''. Assim, o "leste " apontava para o oeste-noroeste. Olhando a postura do rapaz, a despeito de trajes singulares, percebi sua ingenuidade e até mesmo quase fui embora sem nada dizer. Quase! Quando ele perguntou "Gostou? Não é linda minha rosa dos ventos?", não resisti e falei dos erros para ele. Ficou pensativo e meio triste expressando algo nesse sentido. Nesse momento o Sol começava a esconder seus primeiros raios. Ele, o rapaz, como que energizado pelo momento, contemporizou.

- Ah, mais com essa beleza toda, quem vai se importar pra onde tá apontando minha simples rosa-dos-ventos?