Um telefone e um amor
Estive aqui em todos os momentos, buscando da forma mais errônea e romântica chamar sua atenção. Confesso, sou egoísta a ponto de não te escutar na maioria da vezes. Acontece que o lado de cá também não vive de garoa, na maioria das vezes, luto com a tempestade. Porém seu ego não pensa sobre isso.
Perdão pelas farpas dispersas ao longo deste tempo juntos. Sei dos meus erros, mas você também deve ter consciência dos seus. Então a culpa, a dor do depois é partilhada.
Resolvi te ligar por dois motivos, metade por que ainda te desejo e a outra metade também. Mas, existe um mar de impossibilidades que nos separam agora. Neste momento, dois telefones e uma fronteira são nossas maiores barreiras. E não faço referência aqui somente a parede da distância, mas a nosso coração, um labirinto que parece não ter volta.
Adoraria sentar com você para tomar um café de poesias. Algumas imagináveis o suficiente para nos levar para cama, outras banais a ponto de nos colocar em mundos oblíquos.
Gostaria de fazer, falar, sentir e ouvir tantas coisas, mas sua caixa postal adiantou mais uma vez a sua ausência. Então, desligo o telefone e decido mais uma vez partir com um coração ambulante por tanto querer e nada ter.
"Me desculpe por tudo que eu fiz. Mas, quando ligo parece que você nunca está em casa". (Trecho da música legendada da música "Hello" da cantora Adele).
Iva Linhares.