LAMA
Não suporto mais essa metáfora da "lama". Metáfora quando vira lugar-comum começa a ser tomada no sentido literal (olha que aqui nem faço referência a Mariana, que é uma questão que merece respeito e condolência, não humor e sarcasmo). É o mesmo que afirmava Goebbels a respeito da mentira e da verdade. A força da métafora está no que é lato, nas possibilidades abertas pela conotação. Enquando isso no mundo literal de Brasila, e em lugares similares do resto do país, tudo está "top clean" e refrescado com ar condicionado. Deputados e símiles, usufruindo de poderes não delegados, nem se incomodam com o que está escondido debaixo do tapete. Enquanto aqui em mim, tudo está seco e empoeirado. Tudo que é líquido foi drenado em suor. Figura de linguagem não limpa a realidade! Ficarei aqui tentando inventar novas metáforas, enquanto lá fora a denotação continua comendo solta.
P.S.:
1. Eu vejo mais bebendo cerveja do que lendo Veja. Em meus olhos quero muito, menos venda. Essa revista pode até derrubar (ou ajudar nesse sentido) a Dilma do governo, mas toda semana ela dá tombos no jornalismo.
2. Um ladrão foi pego roubando carne e vodka em um supermercado de Goiânia. Ele alegou, e quis com isso se justicar, que procedeu desse modo por causa da crise. Pronto: culpa da Dilma. Ladrão virou anjo e vítima.
3. O filho do Luiz Datena, num programa da Bandeirantes, contou uma histórinha, dizendo que foi comprar café numa dessas máquinas de expresso, que o serve em copos de "prástico". Custava um real, colocou uma nota de 2 reais e a máquina se recusou a devolver o troco. Segundo ele esse é o melhor exemplo de como a crise funciona e atinge o dia a dia das pessoas. "Simpres" assim. Bem, isso não serve nem para explicar porque a máquina deixou de funcionar. Ao que parece, para Dateninha, produto escatológico do nepotismo midiático, a Dilma virou água e oxigênio para enferrujar as engrenagens e chips da infeliz máquina.
3. Dilma virou Deus. É "causa primeira" para qualquer coisa. Viva São Tomás de Aquino mundano! Dilma serve para explicar até diarréia depois de uma feijoada. Ela é onipotente em termos de maldade. Não sobrou para mais ningúém. Todo mundo virou anjo de pinto pequeno que não serve nem para bater em mesa. É preciso combater a escolástica que corrói a capacidade de raciocínio e de ver as coisas. Atribuir tudo aos outros, é lavar as mãos em "lama" no meio do deserto de Negev. É vontade de imitar Cristo. Chegamos tarde na poça de Macunaíma, saberia se fôssemos Mário de Andrade.
4. Quando o alvo é muito, a mira é pouca. Excesso de lugar para flechar. Nem faz cócegas, mas mata de rir.
5. Como nos ensina Jorge Luís Borges em uma de suas histórias, a fabricação de bandido produz o herói.
P.S.:
1. Eu vejo mais bebendo cerveja do que lendo Veja. Em meus olhos quero muito, menos venda. Essa revista pode até derrubar (ou ajudar nesse sentido) a Dilma do governo, mas toda semana ela dá tombos no jornalismo.
2. Um ladrão foi pego roubando carne e vodka em um supermercado de Goiânia. Ele alegou, e quis com isso se justicar, que procedeu desse modo por causa da crise. Pronto: culpa da Dilma. Ladrão virou anjo e vítima.
3. O filho do Luiz Datena, num programa da Bandeirantes, contou uma histórinha, dizendo que foi comprar café numa dessas máquinas de expresso, que o serve em copos de "prástico". Custava um real, colocou uma nota de 2 reais e a máquina se recusou a devolver o troco. Segundo ele esse é o melhor exemplo de como a crise funciona e atinge o dia a dia das pessoas. "Simpres" assim. Bem, isso não serve nem para explicar porque a máquina deixou de funcionar. Ao que parece, para Dateninha, produto escatológico do nepotismo midiático, a Dilma virou água e oxigênio para enferrujar as engrenagens e chips da infeliz máquina.
3. Dilma virou Deus. É "causa primeira" para qualquer coisa. Viva São Tomás de Aquino mundano! Dilma serve para explicar até diarréia depois de uma feijoada. Ela é onipotente em termos de maldade. Não sobrou para mais ningúém. Todo mundo virou anjo de pinto pequeno que não serve nem para bater em mesa. É preciso combater a escolástica que corrói a capacidade de raciocínio e de ver as coisas. Atribuir tudo aos outros, é lavar as mãos em "lama" no meio do deserto de Negev. É vontade de imitar Cristo. Chegamos tarde na poça de Macunaíma, saberia se fôssemos Mário de Andrade.
4. Quando o alvo é muito, a mira é pouca. Excesso de lugar para flechar. Nem faz cócegas, mas mata de rir.
5. Como nos ensina Jorge Luís Borges em uma de suas histórias, a fabricação de bandido produz o herói.