Como fazer uma crônica?  A história verídica de Ellen.

Ellen era uma jovem escritora. Acabara de se formar na academia de letras inglesa e  estava procurando um modo mais rápido e criativo de escrever. Sua paixão era pelas crônicas, mais precisamente as crônicas de cotidiano; são crônicas onde coisas simples são relatadas, mas de uma forma bem interessante. Por exemplo, você vê alguém caindo no chão e algumas pessoas correm para ajudar. Coisas desse escopo. 

Caminhando pelo bairro ela aprendeu com as pessoas. Sentia o vento, o calor, o movimento das árvores. Sempre bem atenta, anotava tudo em sua mente para escrever mais tarde. E assim foi por anos. Até cair em depressão. Nada mais lhe importava. Apenas beber e misturar remédio com vodca. 

A situação ficara tão feia que houve várias intervenções. De amigos e família até colegas distantes, mas nada lhe dava motivação ou alegria. Relembrando o tempo da faculdade, Ellen teve uma ideia "Farei a melhor crônica tragicômica ou melhor, criarei este gênero." 

Começou com "Era uma vez", mas apagou. Tentou "Certo dia", mas não gostou. Tentou de novo "Esta história não é sobre mim" e gostou. E então continuou "É sobre Fhalar e sua vida. Seus feitos e decadência". Mais tarde seu livro ficou conhecido como; Fhalar e sua vida. 

No ápice do sucesso, resolveu casar e constituir uma família. E então uma nova crônica surgiu. Do namoro ao casamento fora uma crônica, do casamento aos filhos fora outra e dos filhos aos netos fora uma longa. O medo lhe veio de ser esquecida depois de morta, então tratou de ensinar seu neto, Gustav, o seu método de criação. Seu método era: Vida, observe, pense, satirize, escreva, revise, satirize. Ria da desgraça. Busque contentamento com sua situação e não espere nada de ninguém.

E é desta forma que se faz crônicas. Solte coisas aleatórias, mas deixe-as interessante criando um contexto. Todos amam drama. 

 
Krabat
Enviado por Krabat em 18/12/2015
Reeditado em 18/12/2015
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