Abra o vinho!
Estava completamente absorvida pela explicação de como se processava o vinho, como conhecer o aroma, tempo de envelhecimento, etc. Ao pegar a taça da sua mão para degustar o vinho, percebi que seus olhos estavam fixos em mim.
Seu porte alto, cabelos negros encaracolados, sorriso tímido embalava meu devaneio. O vinhedo no meio da montanha convidava o pensamento a esgueirar-se por vielas e sons do mar de cinque terre (Riomaggiore) no norte da Itália. A vinícola incrustada naquele lugar que ao mesmo tempo convidava a sonhar remetia a solidão. Ele falava com paixão sobre a busca pela melhor uva, caminhamos para o parreiral e retornamos percebendo que novas turmas chegavam para mais uma explicação e degustação. Ao despedir-me ele me disse leve essa garrafa e abra pensando em mim. Ainda não abri.