Ele com 14 ela com 17
Ela sempre foi do tipo que via solução em tudo, mas tinha medo do diferente, de mudar, do novo.
Desacreditava que algo pudesse lhe fazer tão bem, ao mesmo passo que lhe faria perceber o quão possível tudo é, seja bom ou ruim. Já ele era apenas um garoto que nem bem tinha 14 anos, ela em plenos 17 próximo a ingressar em uma faculdade e conhecer um novo mundo. Perto de tudo que já havia vivido e sentido, ele poderia ser apenas uma vez decorrida de um encantamento por um garotinho maduro e que esbanjava carinho e sinceridade, foi inevitável. Ela arriscou!
Era tudo muito intenso e rápido, se perguntava porque ? como faria? A idade e a experiência, os comentários contra, tudo confundia, mas estar próximo sentir, cuidar e ser cuidada fugia do passado carregado de stress e imaturidade. Ele era um fofo, como dizia: “Meu neném”.
Mas o carinho começou a arder, começou a fluir em um desejo incontrolável, onde os instintos de homem e mulher ultrapassaram a idade e chegaram ao mesmo nível. O fogo do carinho virou paixão. E tudo mudou!
Ele precisava crescer, precisava descobrir outros rostos, novos gostos, novos corpos. Ele nãoentendeu, era como se não aceitasse que ele precisava crescer. Ela não imaginava que poderia sentir tal dor, perder seu bem. Não poder mais cuidar e receber o carinho sincero de seu príncipe. Como o via, diante de tamanho afeto.
Mas a moça via soluções, e as agarrou, o deixou crescer o deixou ir sem tentativas frustradas. Ignorou a tudo que o lembrava. Ele era adulta e uma semana foi tempo suficiente para entender isso.
Outras pessoas vieram na vida dela, e continuam a vir. Ela o observou de longe, e via o clichê adolescente acontecer com seu príncipe, que não o era mais, era um rapaz, que vivia e usufruía a vida adolescente. Com um tempo, tão lindo rapaz no auge de ser “o pegador”, voltou a procura-la. Mas ela estava mais adulta ainda, e conhecia toda a fase dele.
Não era isso que queria, e um basta foi dado. E hoje, ela o lembra, ela o vê ela o encontra na rua, e tenta resgatar aquele carinho, mas ficou para trás, hoje eles são lembranças, e mesmo depois de uns poucos anos, a vontade de abraçar e ouvir a voz dele ainda paira sobre ela, ela ainda assusta ao ver passar ou ao cruzar uma esquina. E ele? Bom, coração de adolescente é imprevisível. E ele cresceu!