Redenção Tardia

"... Quando finalmente entendemos que somos apenas uma pessoa comum com virtudes e defeitos, estes em muito maior número; quando a ficha finalmente cai e o nosso sonho de grandeza se liquefaz, se esvai, já era; quando concluimos que a vida é mesmo bela,independemente de condição social ou financeira; quado despertamos do vício do egoísmo e da pretensão cretina e egoísta; quando passamos a valorizare a usufruir das belezas da natureza, todas elas gratuitas e a nossa disposição; quando entendemos que a vida é mesmo finita e fugaz e que caixão não tem bolso, que devíamos ter vivido mais intensamente; quandio nos convencemos que pecado é falta de amor, maldade, falta de solidariedade e egoísmo; quando resolvemos viver de verdade sem ter vergonha de ser feliz; quando chutamos o pau da barraca das etiquetas e abandonamos a falsa moral e a mania respulsiva de discriminar os menos favorecidos; quiando de fato viramos gente, ser humano, cristãos, tentando praticar os valores da partilha e da solidariedade; quando realmente nos sentimos livres e libertos de preconceitos e tabus..., aí, cara, Inês já é morta. É muito triste".

Esse desabafo ( não sei se consegui repeti-lo na íntegra, mas foi mais ou menos isso) foi feito numa mesa de bar por um antigo colega de ginásio, um sujeito hoje rico, enricou trambicandoe derubando o próximo. Toda vez que ele me econtra se embebeda e faz essa autocrítica. Topma um litro de uísque, enquanto eu só tomo coca-cola (estou sem beber água que passarinho nao bebe), fico aguentando essa latromia fajuta. No final ele até chora e diz que vai ser um novo homem. Mas depois da ressaca se arrepende e fica ainda pior. Eu o respeitaria mais se ele não fizesse esse teatro de quinta categoria. Detesto hipocrisia, mas o cara foi meu amigode infância e adolescência e é em nome disso que aguento essa latromia de redenação tardia e mentirosa. Qualquerdia desses deixo ele falando sozinho. Inté.