ARROZ COM PEQUI
Fui almoçar hoje no “Batatas”, meu restaurante favorito no bairro da Cidade Nova, Belô/MG, passado da hora e chegando com o estômago roncando, quando deparei com uma grata surpresa, “Arroz com Pequi”, um dos pratos favoritos do meu velho e saudoso pai, Constantino Rêgo, hoje provando as delicias servidas no banquete celestial, ao lado de São Pedro, minha mãe, Flaviana e parentes queridos que também já partiram, antes do combinado.
Servi-me à vontade, quase babando, fiz um belo prato desse arroz, acompanhado de feijão mulatinho, bifão de filé na chapa com pasta de alho, salada de rúcula e brócolis, pedi minha tradicional água tônica zero com limão, gelo e caí de garfo e faca na refeição, estimulado por um apetite pantagruélico.
Meu pai era uma figuraça, porte médio, forte como um touro e jogador de futebol (bateu bola até seus 45 anos) do “Esporte Clube Renascença”, clube da fábrica de tecidos de igual nome. Chefe do Almoxarifado daquela indústria, exemplo de homem, pai e amigo dos amigos, nos fins de semana ele integrava ainda uma orquestra dançante com vinte e cinco figuras, a do “Brini”, um maestro competente, sendo o primeiro sax alto da banda, tocando no “Cassino da Pampulha” (hoje “Casa do Baile”) e em outros clubes famosos da Belô daqueles tempos de sonhos bons.
Essa orquestra chegou a tocar também no “Palácio do Catete”, no Rio de Janeiro, em audição especial do Presidente Getúlio Vargas. No “Cassino da Pampulha” animaram vários bailes com a presença alegre e contagiante do Prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek de Oliveira, um pé de valsa e seresteiro incorrigível. O velho Rêgo tinha muita história para contar aos seus amigos, filhos e netos, essa é que é a verdade.
Rendo-lhe pois, aqui e agora, pai, o meu preito de saudade e admiração, rogando ao nosso Deus todo poderoso que o tenha entre os integrantes da sua banda celestial, soprando o seu saxofone e encantando todos os anjos do céu com a sua arte!...
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B.Hte., 12/12/15