Explore-me agora, devore-me depois

Aqueles olhos

Aqueles olhos grandes me incomodam

Aqueles olhos sempre atentos me incomodam

A cada olhar parece que me devoram

A cada olhar parece quererem mais de mim

A cada vez que a vejo imersa no silêncio

Naquele silêncio como se fosse um grito

Como se um pedido de mais, mais, mais...

Não consigo arrancar um único ruído

Isto mexe comigo

Tanto quanto os contornos de mulher

Tanto quanto aquele corpo de coxas grossas e seios fartos

Vejo tanto desejo para tornar ação

Aquele rosto marrudo de sobrancelhas franzidas

Dão ao olhar profundidade

Mas tudo se desfaz de repente com um sorriso largo

Explore-me! Explore-me! Explore-me!

Arranque de mim tudo o que puder

E vá, se agigante diante do mundo

Vá! De peito aberto e enfrente

Faça-os tremerem de medo

E depois volte

Volte!

Devore-me!

Devore-me com seus beijos!

Devore-me com seus desejos!

Devore-me com o que trouxer de raiva!

Pois então, o mundo será pequeno perto de ti

Ley Gomes
Enviado por Ley Gomes em 11/12/2015
Reeditado em 25/06/2017
Código do texto: T5476933
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