Era amor, mas passou
Eu te amava, sabe, mas passou. Passou como todos aqueles outros amores que eu julgava ser eterno e não foram. Mas não passou assim tão rápido, como você diz. Não foi “do dia para a noite”, repentinamente. Foi gradual. Pra ser sincera, demorou bem mais que das outras vezes, pensei até que seria diferente dessa vez, que seria pra valer. Não foi. Não era pra ser. Acontece. Felizmente.
E não, isso não quer dizer que eu não te amei. Não seja tão injusto. Você tinha certeza demais desse amor, e esse talvez tenha sido o problema. Você achou que por ser amor tinha obrigação de ser eterno. E não é assim. Pelo menos não comigo. Não há amor que resista a tanta coisa. O amor não é tão cego assim. Talvez eu ainda te ame, não sei. Mas você sabe, os jardins param de florescer quando nos esquecemos de regá-los. Não basta admirá-los. Admiração por si só não ajuda a regar. Com o amor não é diferente. E você esqueceu que meu amor, assim como as flores, precisa ser regado. E olhe que, atualmente, carinho, atenção e cuidados estão bem mais baratos que água.
Eu sei que errei em te deixar acreditar que meu amor por você era maior que tudo. Até era maior que muita coisa, mas nunca foi maior que meu amor por mim mesma. E quando a gente se ama, acaba se tornando mais exigente. Então pensa o que você quiser, fala o que você quiser. No fundo você sabe que do jeito como você o tratava, mais cedo ou mais tarde, esse amor ia passar. Passou!