O poder
“O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente.” Lord Acton ilustra bem o que ocorre com as elites políticas brasileiras e de outras tantas elites econômicas do nosso país também. Essas últimas enriqueceram ao lado e em paralelo aos dirigentes e governantes atuais que subiram ao poder mais ou menos há 12 anos atrás e, com eles, todos os seus apoios (legais, mas não menos reprováveis e ilegais, sendo duplamente reprováveis) das eleições.
Inútil dizer que no nosso país a impunidade é moeda corrente desde sempre. Mas uma coisa é certa: Os caciques da maldade se destruirão a si próprios. E será talvez mais cedo do que prevemos. Por que digo isso? Porque corromper-se significa, literalmente, estragar-se, tornar-se podre, decompor-se. E é natural que os que não prezam pela liberdade, pela democracia e pelas leis, estejam caminhando para um abismo fora da justiça, da moral e da legitimidade.
“A limitação é a mãe da criatividade.” Essa é outra frase, cujo autor não conheço, mas que nós brasileiros aprendemos a colocar em prática há muito tempo. Não será uma crise das elites que nos tirará essa força e esse ideal de criar nosso futuro como sempre fizemos, criativamente. E estaremos, sem dúvida, dando nossa contribuição para uma nação que tenha esperança na ordem e no progresso.
Os políticos brasileiros perderam muito do seu prestígio, bem como aconteceu com muitos governantes em todo o mundo, ao longo dos últimos anos. A crise moral é mundial. O que não se pode deixar que aconteça é que esqueçamos o sentido de ser da democracia, que só se estabelece com o direito de todos, em todas as instâncias: desde a liberdade de crença e ideias (sendo que essas ideias e crenças não podem atentar contra esses princípios democráticos, coisa que talvez seja preciso rever) até a liberdade de ir e vir (sendo que essa liberdade não pode atentar contra a liberdade de outrem no curso de sua atuação).
Quando vemos que ideologias pautam-se por uma agenda açambarcante de projetos unilaterais como o Fórum de São Paulo, percebemos que o poder insuflou de arrogância e imperialismo (por mais contraditório que seja, já que muitos ali se julgam anti-imperialistas) o governo desses que querem sobrepor-se à Constituição e às leis. O império a que me refiro diz respeito à tornar refém de uma ideologia, todos os cidadãos de um país ou de vários países como é de vontade desse grupo. Refém porque tendo a nação rachado praticamente meio a meio na última eleição, esse grupo deseja lançar o país numa trajetória desconhecida por conta de recalques e preferências que estão fora do espectro de ação democráticos e da liberdade individual e coletiva.
O poder é útil e nos serve para fazermos e criarmos esse ideal que sempre está no horizonte, sempre a ser alcançado em perfeição. Não permitamos que a força do poder desmantele-se e transforme-se em destruição e corrupção dos seus verdadeiros objetivos. Estejamos em união com os ideais que nortearam nossas raízes culturais e nossas tradições de respeito à liberdade e à individualidade dos cidadãos.
Paz e luz.