Tempo
Ah, o tempo. Por vezes, és assustador, há quem diga que sejas acalentador. Vejo-o como uma linha tênue entre o desespero e o conforto. Há pouco, pedi que voasse; hoje, peço-lhe calma.
Quis que corresse, pois não havia motivos suficientemente fortes para me fixar. Hoje, peço-lhe para ir devagar, toda essa corrida me cansou. Mas vai além, o sorriso de alguém me encantou por aqui, não quero ir e nem deixar de ir, mas o senhor (o tempo) me pregou essa peça.
A cada hora que passa, fico no impasse de ser uma hora a mais, que aproveitei aqui, ou, se é uma hora a menos para estar lá. Talvez seja os dois, juntando o desespero de ir e, ao mesmo tempo, o conforto da realização, também de ir.
Tempo, tempo, tempo. Me torturas e me acalma, em doses e intensidades parecidas. me confundes. Não me resta outra opção, apenas a de aceita-lo e adaptar-me aos seus devaneios.