SOBRE ESPIRITISMO.

Espírita é quem acredita no espírito. E o que é o espírito? A faculdade de ordenarmos nossas vidas sem grilhões, por escolha do preceptor espiritual, o pensamento.

Esta é a razão do conforto quando se desprende o espirito do corpo material em sua jornada terrena e alça voos que só a ele é dado fazer. E só ele saberá o que encontrará.

Creio, fortemente, e assim reporta a caminhada humana, lacrada do desconhecimento sob esse prisma, que essa viagem é vedada ao alcance de nossas possibilidades explicativas no invólucro corporal, o que não inibe sua aceitação pelo milagre da crença.

Somente a fé, como em um chamã, pode ultrapassar essa porta de segredo inviolável, e pela fé dos assim acreditados.

Esse “ganhar outros espaços” se compreende por só ao elemento vivo da natureza, o homem, ser permitido pensar, ter inteligência que distingue, apartado do instinto.

Somos anões no tratamento desse tema. Todos somos, todos são, quando se trata de transcender, independente de fortes campos factuais que sinalizam indiscutíveis ocorrências dos giros espirituais de reencarnação descritos. A literatura indica. Tenho apontamentos em crônicas nesse sentido,referindo os fatos. Escapa aos sentidos,mesmo os das cinco vias pelas quais chegamos em nosso ponto de partida como ensinado por São Tomás.

Se fosse fácil a compreensão desses estamentos ninguém se debruçava sobre isso febrilmente, por toda a existência humana, motivando guerras e rupturas, pode-se dizer, eixo central do mundo, nem a história se debateria entre contradições e desencontros. É primária a colocação e desenvolvimento de enfrentamento e contraditórios nessa área. A liberdade de caminhar é de todos, e o respeito se impõe. Não se pode impor a outro o que queremos como verdade onde ela é absolutamente relativa. E a verdade já resta relativa em gênero, muitíssimo mais nessa espécie de puro subjetivismo, religiões.

Platão foi o mais espiritualista dos clássicos filósofos gregos, um espírita dos dias atuais, de forma diversa discutindo a "ideia" de pensar Deus e a alma, quase como em Kant em sua formidável filosofia que mudou o mundo moderno do pensamento.

Em Fedro discutia o problema de justificar o sofrimento dos bons e a prosperidade dos injustos. Tudo focado na alma e na possibilidade de reencarnar, "uma vida futura é vista como ápice da justiça divina inexorável", dizia.

Os mitos platônicos e a destinação das almas se situavam em que o justo merece depois da morte um prêmio e o injusto um castigo. Sinalizava explicações escatológicas a respeito das almas e abre um espaço de tempo para a reencarnação ou retorno à contemplação.

A alma não retorna ao ponto de partida senão depois de decorridos dez mil anos, nem recupera antes desse prazo essa possibilidade, dizia, e afirmava a exceção, para quem se dedicou à filosofia e se entregou a ensinar aos jovens verdadeiramente. Um personalismo evidente, um tanto pretensioso e egoísta por destacar privilégio onde ele não pode existir.

Segundo sua posição, havia julgamento para a alma e prisões correcionais para a alma pelo que fizeram na terra, no sentido de cumprirem os faltosos a pena cominada, enquanto outras almas pela sentença, são conduzidas para determinado céu, onde levam uma vida digna do que a anteriormente vivida sob forma humana. O corpo era um castigo, um sepulcro. As penas se cumpriam embaixo.

Extensa literatura e complexa avulta desses tempos, dessa fase, ANTES DO CRISTO, que não foi um mero filósofo. E o ponto é esse, Cristo não traçou essas linhas, não prometeu penas nem distribuir justiça cuja pena ultrapasse quem a cometeu. Sim, ultrapassa em um filho reencarnado doente, com insuficiências, só para exemplificar.

Simples assim e difícil de situar e conceituar tantas questões, nos basta o que considero como basilar, A LEI MORAL. A ela nos devemos ater,à Lei de Jesus de Nazaré, e viver a vida por seu Pai concedida, e ser expectante do "COMO?" de outra ou outras vidas.

Um discípulo de grande mestre estava à beira da morte.

O mestre foi ao seu encontro sabedor do que ocorria, lá chegando disse: Posso guiar-te? Perguntou.

Eu vim sozinho e vou sozinho. Em que podes me ajudar?

É apenas ilusão pensar que veio sozinho e irás sozinho. Posso te mostrar o caminho onde não há ida nem volta. O caminho foi revelado tão claramente que o discípulo sorriu e partiu em paz.

As folhas e as flores caídas jamais retornam aos seus antigos galhos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 06/12/2015
Reeditado em 06/12/2015
Código do texto: T5471700
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