Jabuti

Eu tenho um amigo, alguém completamente apolíticio, que sempre conta uma historinha que acho muito engraçada, é o seu desabafo predileto contra quem é inocente útil. Diz ele que havia um sujeito no sertão que era muito ingênuo, mas tão ingênuo, que certo dia ia passando na estarda e viu no topo de uma árvore um jabuti. Nem por um segundo lhe passou pela cabeça que só a mão humana poderia ter colocado o jabuti no topo da árvore. A reação do mané foi somente exclamar admirado: - Eita bicho persistente da gota serena, tanto fez que subiu na árvore!.

Esse personagem, sem dúvida inventado pelo meu amigo, é, por assim dizer, o protótipo do mané que se deixa levar por qualquer armação. Vai na onda, não qustiona nada, não anqalisa, não pesa, segue com a manada, mesmo sem saber o destino.

O mané acredita em qualquer jabuti plantado pela mídia a serviço do mercado, acredita até nos comerciais dos bancos, operadoras e o escambau de reclames televisivos visando ao consumismo e ao endividamento das pessoas. O mané acredita atgé, pasmem, nos noticários da Globo. Se ela gritar ordinário, marche!, ele marcha adoidado, excitado, frenético, num frisson danado.

Felizmente alguns manés estão se desviando da manada, isso graças às redessociais. Elas sao remédio santo para mané não acereditar que jabuti sobre em árvores. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 05/12/2015
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