Poetas Somos Todos
De contornar o sofrimento, como a água contorna o obstáculo, o Poeta se faz. Ele exprime em síntese sua sensibilidade que, metaforicamente, espelha a compreensão da dor e prazer do existir humano. Torna-se porta voz do coletivo. Todos percebem que aquele sofrer – agonia e êxtase – não é exclusivamente de ninguém: o bom poema é aquele que, escrito por outro, parece que lê a gente, predisse o consagrado vate.
O Poeta transforma em canto os desencantos e recantos da psique.
Compreendendo a depressão – mal da contemporaneidade – Quintana entoou: “Quem nunca pensou em morrer, não sabe o que é viver.”
Especulamos a razão de ele vaticinar isto e basta lermos sua história de vida para encontrarmos possíveis respostas. Houve momentos de encruzilhadas em sua vivência. Quintana estudou em escola militar e quando homem feito o negócio de sua família – farmácia - fora desfeito. Morou em quarto de hotel e trabalhava em escritório de jornal. Já idoso o jornal fechou e teve que morar de graça por gentileza do gerente de outro hotel. Preferiu se casar com a Poesia e ter livros em vez de filhos. Com estilo muito próprio e pessoal é admirado pelos seus versos que rezam aquilo que gostaríamos de orar. É um sacerdote da sensibilidade poética.
“Eu canto porque o instante existe e minha vida está completa. Não sou alegre e nem sou triste. Sou Poeta.”
Quem nunca apelou para esta estrofe em momentos necessários de reflexão. Foram expressos por Cecília Meireles. Criança ainda perdeu a mãe. Tendo casado, perdeu o marido para a depressão dele que, não sabendo contornar seu mal psíquico, suicidara.
“E ainda que as janelas se fechem, meu pai, é certo que amanhece.” Versejou Hilda Hilst que passou a vida em incansável produção literária e de estudo para compreender a esquizofrenia do pai. Temendo a loucura, se refugiou em sua fazenda buscando em leituras, experiências e produção própria respostas para contornar a dor de ver seu pai que passou grande parte de sua vida internado.
Poesia é muito mais que métricas, estrofes e rimas, porque não é razão matemática.
Poesia é muito mais que palavras bonitas e pieguices porque não é sentimentalidade vazia.
Poesia é muito mais porque é expressão do fluir íntimo individual para o usufruto da sociedade que requer identidade. É o presente do Eu sou para o Nós somos.
Somos todos Poetas porque precisamos de nossa expressão cultural que nos distingue da barbárie.
De contornar o sofrimento, como a água contorna o obstáculo, o Poeta se faz. Ele exprime em síntese sua sensibilidade que, metaforicamente, espelha a compreensão da dor e prazer do existir humano. Torna-se porta voz do coletivo. Todos percebem que aquele sofrer – agonia e êxtase – não é exclusivamente de ninguém: o bom poema é aquele que, escrito por outro, parece que lê a gente, predisse o consagrado vate.
O Poeta transforma em canto os desencantos e recantos da psique.
Compreendendo a depressão – mal da contemporaneidade – Quintana entoou: “Quem nunca pensou em morrer, não sabe o que é viver.”
Especulamos a razão de ele vaticinar isto e basta lermos sua história de vida para encontrarmos possíveis respostas. Houve momentos de encruzilhadas em sua vivência. Quintana estudou em escola militar e quando homem feito o negócio de sua família – farmácia - fora desfeito. Morou em quarto de hotel e trabalhava em escritório de jornal. Já idoso o jornal fechou e teve que morar de graça por gentileza do gerente de outro hotel. Preferiu se casar com a Poesia e ter livros em vez de filhos. Com estilo muito próprio e pessoal é admirado pelos seus versos que rezam aquilo que gostaríamos de orar. É um sacerdote da sensibilidade poética.
“Eu canto porque o instante existe e minha vida está completa. Não sou alegre e nem sou triste. Sou Poeta.”
Quem nunca apelou para esta estrofe em momentos necessários de reflexão. Foram expressos por Cecília Meireles. Criança ainda perdeu a mãe. Tendo casado, perdeu o marido para a depressão dele que, não sabendo contornar seu mal psíquico, suicidara.
“E ainda que as janelas se fechem, meu pai, é certo que amanhece.” Versejou Hilda Hilst que passou a vida em incansável produção literária e de estudo para compreender a esquizofrenia do pai. Temendo a loucura, se refugiou em sua fazenda buscando em leituras, experiências e produção própria respostas para contornar a dor de ver seu pai que passou grande parte de sua vida internado.
Poesia é muito mais que métricas, estrofes e rimas, porque não é razão matemática.
Poesia é muito mais que palavras bonitas e pieguices porque não é sentimentalidade vazia.
Poesia é muito mais porque é expressão do fluir íntimo individual para o usufruto da sociedade que requer identidade. É o presente do Eu sou para o Nós somos.
Somos todos Poetas porque precisamos de nossa expressão cultural que nos distingue da barbárie.
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 25/11/2015.
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