Por que me apaixonei pela Bahia?
Por que me apaixonei pela Bahia?
Quando conheci a Bahia, senti uma energia diferente a cada passo que eu dava nesse lugar. Algo me consumia e me enchia de felicidade em cada ladeira, em cada esquina, em cada toque de sua gente alegre, em cada segundo que eu estava ali, e pensei comigo... um dia eu volto pra ficar!
Tentei driblar essa atração por 1 ano, entre idas e vindas, sobrevoando esse Estado que me seduziu e me fazia ficar alegre só em pensar que eu iria ali voltar a pisar, assim, decidi sair do Rio de Janeiro minha cidade natal, abandonar minhas raízes físicas e buscar minhas raízes ancestrais.
A Bahia e sua diversidade ética e cultural, o Estado mais negro fora da África em todo o mundo, com sua arquitetura religiosa, com ritmos oriundos das senzalas que se misturaram aos demais e formaram todo o movimento musical que provém desse lugar.
Seu carnaval tornou-se o maior do mundo, daqui também surgiu o Trio Elétrico, e danças únicas, como a Capoeira , originária do samba de Roda. Com seus movimentos ágeis, que mexem com todo o corpo todo, mistura de dança e de luta. A diferença entre as outras lutas é que a capoeira tem todo aquele toque mágico, pois a música vem dos instrumentos artesanais como o berimbau, pandeiro e atabaque.
Em cada esquina se encontra uma baiana, tipicamente vestida, vendendo seu Acarajé, seu Abará, sua cocada, tratando os turistas com educação e carinho, coisas que só encontramos por aqui.
Seu povo tem um algo mais, não é o gingado dos quadris que seduz, é o brilho no olhar, o riso fácil, o abraço que parece não terminar nunca, a porta aberta de sua casa para lhe receber e lhe oferecer o que tem de melhor... Porquê? Por que para o baiano é assim, em sua casa, sempre cabe mais um, sempre sobra um cheiro e sempre se leva um axé.
Uma magia inexplicável corre em suas ladeiras, e mergulha nas águas mornas de seu mar esverdeado, que alimenta o povo e faz o sol brilhar mais forte por aqui.
A Bahia é a terra de todos os Santos, de todas as Cores, de todos os Mitos, de todos os amores.
Terra de gente humilde, de solo regado de lutas e de vitórias, de um povo mais que vencedor, de um povo ousado como eles mesmo chamam aqui quem é de fora e chega abusado.
Bahia sedutora, da pele que brilha que contagia, que enebria uma multidão, quando na Castro Alves, a batida do Tambor sobrepõe a batida dos tamancos na ladeira.
Bahia que vaporiza no ar os encantos de todos os seus Santos, que ao contrário do que muitos pensam, vieram da África separados e aqui se encontraram em rituais sincretizados, e não teve jeito,na religião pelo menos, não aconteceu o separatismo, todas se unem, lavam as escadarias de Nosso Senhor do Bonfim e emocionam até mesmo quem como eu não tem religião nenhuma.
Seu trânsito caótico, rege a cidade como uma melodia, nos prendendo para observar um pouco mais a sua beleza, a sua sinergia e a sua simpatia. De braços abertos aqui fui sempre recebida. Sinto saudades do RJ? Sim, não posso negar, minha família ficou lá, mas... não teve jeito, meu coração batucou mais forte, e não tive como negar essa atração.
Por isso escolhi viver aqui! Axé!