Violoncelos, Van Gogh, Bruna e outras coincidências
Olá meus 23 fiéis leitores e demais 36 que de vez em quando aparecem por aqui. Na terça recebi os livros do José Estanislau Filho e, agora, vou brevemente escrever sobre eles. Ah, estou publicando hoje pois estarei offline amanhã.
A Moça do Violoncelo e Estrelas vem encadernados juntos, logo, é um livro 2 em 1: contos e poemas, respectivamente. As capas são sedutoras: a moça nua tocando violoncelo e Noite Estrelada de Van Gogh são convidativas à curiosidade literária, pelo menos a minha, né.
Não vou falar, obviamente, de todos os textos que compõe o livro, vou dar uma ideia geral para vocês, falando de alguns, por cima, e de algumas coincidências com esse Bacamarte que vos escreve. Comecemos pelo conto que dá título ao livro: A Moça do Violoncelo.
O conto fala de um fã de David Gilmour que, durante um show do mesmo, se apaixona pela violoncelista da banda. O conto tem uma tensão erótica muito interessante, pelo menos eu assim achei. Já disse anteriormente sobre minha predileção pelo timbre do violoncelo e do violão de cordas de nylon. Logo, o conto do Estanislau me deu umas ideias, tipo assim, comprar um violoncelo e mandar a Louise tocar ele nua, para mim. Com certeza ela vai me dizer, com aquele jeito de loira tontinha que ela tem e que eu adoro: "Mas eu não sei tocar isso". Ingênua, eh eh eh eh.
A coincidência de tudo isso é que eu e Louise estaremos dia 16 em Porto Alegre, visitando o Silva e sua esposa baiana, a Josiane (lembram deles, já os mencionei em crônicas anteriores). Vamos assistir, nesse dia, um show que... David Gilmour irá fazer na capital gaúcha, na Grêmio Arena. Com certeza estarei de olho na banda que acompanhará o mesmo...
Até também tive outra ideia, Estanislau: a gente pedir para a Bruna Lombardi tocar violino nua para nós dois, qualquer dia desses. Imagina, ela solando La Mer pra gente, com aqueles olhos verdes bonitos como Deus existe? Só que nenhum de nós vai poder estar armado nesse dia! Tudo bem, sei que você pediu na simpática dedicatória que fizeste para mim no livro que eu "deixe a Bruna em paz". Farei isso, pelo menos até que eu compre o novo livro de poesia dela, que já está nas bancas, "Jogo da Felicidade", e tenha uma recaída. Prometo fazer força para deixá-la em paz.
(Ah, por falar nisso, deixa eu fazer um parênteses: Estanislau, você viu a entrevista dela no Jô esses dias? Sabe o que ele disse pra Bruna? Que, quando ela tinha 9 anos, ele tinha sonhos eróticos com ela! E tu preocupado comigo! Temos que levar um papo com esse cara...)
Claro que o livro tem mais contos, como aquele sobre Yolanda, a baixinha maluca, e O Cemitério, sobre o qual, na orelha do livro, está mencionado que foi o texto que, escrito nos anos 1980, inspirou a temática dos outros. Ele lembrou um gato preto que eu tinha, visto que uma personagem do conto tinha o seu mesmo nome: Tião Medonho. O gato, na verdade, se chamava Sebastião Medonho, mas eu o chamava de Tião. Imagino que o morto também fosse Sebastião.
Não vou falar mais do livro, senão a crônica vai acabar virando monografia de mestrado
Estrelas tem na capa a pintura de Van Gogh. Coincidentemente, entrei por esses dias numa livraria que vendia material da editora Taschen e comprei uns posters de Monet, Renoir e Van Gogh, dentre eles, justamente um de Noite Estrelada. O Estanislau é um autor de muitas metáforas (como é próprio da poesia) e de palavras suculentas e ricas, como é comum aos poetas que apreciam furungar o vocabulário da língua portuguesa ou, como diria Bagno, do português brasileiro. É o Estanislau literariamente idiossincrásico em seu lirismo poético erudito.
Sobre poemas não se deve falar muito, eles se explicam por ai ao ser lidos. Como, por exemplo, ao se falar de seios que enchem o céu da boca de estrelas. Ou o cara saca o lance ou não, simples assim. Mas, para encerrar essa crônica já longa para os padrões de internet (onde todo mundo só quer ler coisa breve), deixo um poema do Estanislau que está na página 84 e que, além de eu ter gostado e concordado com ele, lembra-me do novo livro da Bruna (desculpe Estanislau, não resisti):
"Receita de Ser Feliz
A receita de ser feliz
Está no coração de cada um
felicidade escapa port um triz
Se não olharmos a vida com olhos de amor comum
Olhar não como se fosse ator, atriz
Ver com o coração e n'algum
Lugar fazer o que a emoção diz:
Sorrir chorar sem medo algum
Agindo assim não será infeliz
Além de você fará feliz mais alguém."
Caro leitor, se você chegou até aqui, recomendo: compre o livro do Estanislau, porque ele é um escritor dos bons (não é como uns enrolões que tem por aí), legal para se conhecer nas leituras de verão, tanto em prosa quanto em verso.
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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.
Mais textos em:
http://charkycity.blogspot.com
(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Em 2016 talvez eu dê um jeito nisso... Mas acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013.)