Confesso

... que tenho lá meus momentos de crise. Particulares, mas que de certa forma não envolve somente a mim e meu mundo. Eu tenho a mania – e por Deus, como gostaria de não tê-la – de tomar os problemas todos pra mim. Passam a ser particulares a partir do momento que me fecho e sorrio para as pessoas como se eu não estivesse explodindo por dentro. Mas seja do mundo, seja do profundo ... seja dos seus mares ou dos meus lares ... se bate com força no coração já é suficiente para me fazer lembrar – o dia todo – que tenho um. Eu rôo unhas, enrolo o cabelo, rolo na cama, enfim. Faço todas estas coisas que o corpo e os impulsos acreditam que resolveria, mas que a cabeça bem sabe que não. Tenho medo de estar andando pela rua e explodir sem avisar ninguém, e sei que a ideia de ver os meus pedaços por aí não me agradaria. A verdade é que acabo fazendo de mim uma pessoa mais dura e fria do que realmente sou, e prefiro repetir ao mundo que não quero ninguém por causa da minha TPM só para não entregar que na verdade ando trocando as rezas que são minhas por pessoas que nem sonham que eu -sequer- durmo. Mas que sem elas eu nem mesmo seria capaz de amar. E o resto do mundo tem cabido nos meus abraços, eu só não sei por quanto tempo estes braços ainda serão capazes de abraçar.

“Desperdiçando o meu mel ... Devagarzinho, flor em flor. Entre os meus inimigos, beija-flor”

*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 03/12/2015
Reeditado em 03/12/2015
Código do texto: T5469012
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