RECORDAÇÃO

O que marcou a minha infância foram subidas nos pés de jabuticaba do quintal da casa da minha vó. A cada passo, outro galho, um desafio a mais para chegar até o ponto mais alto. A conversa com os sapos e grilos embaixo da parreira de chuchu e a busca incessante pelas ninhadas de gatinhos escondidas pelas gatas e protegidos pelos gatos, o jogo de bola no campinho de chão batido e no final da tarde o jogo de bets na rua que demorava quase uma hora para passar um carro. A notícia da árvore que chora, isso me faz lembrar muito a minha infância, quando começou a circular pela cidade a informação de uma árvore que estava soltando lágrimas numa chácara muito arborizada no centro. Íamos todos os dias para lá ver as pessoas recolher um pouco daquela água para curar suas dores. A bicicleta era como se fosse uma aeronave podia visitar meus amigos em outros locais andar com liberdade pelas ruas sem a preocupação com caminhões e carros. Lembro-me dos ensaios das escolas de samba em locais públicos onde todos cantavam e dançavam sem ter a preocupação de ganhar nada. A mudança na voz e no corpo tanto nas pessoas quanto em mim, isso também está marcado em minha memória, principalmente nos jogos escolares lugar de afirmação da minha adolescência. Enfim, essas lembranças estão presentes em minha vida e programas de televisão, por exemplo só assistia quando chovia, caso contrário não ficava enfrente de uma TV.

Baltasar Garcia
Enviado por Baltasar Garcia em 02/12/2015
Reeditado em 02/12/2015
Código do texto: T5467649
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