IGARAPÉS OU RIOS NO CENTRO DA CIDADE. CANALIZAR OU NÃO? EIS O GRANDE PROBLEMA EM ROLIM DE MOURA - RONDÔNIA
IGARAPÉS OU RIOS NO CENTRO DA CIDADE. CANALIZAR OU NÃO? EIS O GRANDE PROBLEMA EM ROLIM DE MOURA - RONDÔNIA
É muito comum ao se planejar a criação de uma cidade preferir locais onde se tenha igarapés ou mesmo rios de maior porte, a fim de se ter um suporte mais econômico para a destinação dos dejetos dos esgotados das residências e indústrias.
Até parece uma ideia inteligente, fazer com que as imundícies fiquem distantes dos habitantes, no entanto aquilo que fica distante de uns acaba indo parar quase ou até mesmo dentro das residências de outros, em consequência dos danos ambientais que crescem na mesma proporção em que cresce a cidade.
É o que podemos ver na cidade de Rolim de Moura que se localiza na parte central da Zona da Mata, Estado de Rondônia. Quando os problemas se agravam surgem então diversos questionamentos tentando encontrar culpados, gerando uma polêmica de difícil elucidação, pois, os verdadeiros culpados são aqueles que têm as melhores condições de se defenderem e passarem como bons perante a sociedade.
Estamos falando da canalização dos rios ou igarapés (Rio Anta e Rio da Encrenca), que cortam a cidade de Rolim de Moura, em que partes dos mesmos receberam canalização em concreto armado, porém mal projetada.
O primeiro problema, que leva aos demais posteriormente, é a autorização de construções civis em lugares inadequados, tornando habitáveis áreas inabitáveis, estreitando o caminho das águas, como ocorreu nesta cidade, em que os proprietários de terrenos cortados pelos rios construíram valiosos prédios sobre galerias, comprometendo o espaço que teria que ser reservado para passagem das águas durante as cheias.
Um segundo problema foi a canalização de partes desses rios, pelo que limitou o volume de águas a fluírem por esses canais, causando inundações em pleno centro da cidade, gerando transtornos e prejuízos de grande proporção, onde tanto comércios quanto residências ficam prejudicadas pela desvalorização imobiliária.
Isso leva a uma instabilidade pela insegurança dos proprietários que se preocupam em continuar ou não o seu negócio nos locais atingidos pela inundação.
Outro problema que gera maior polêmica é a reabertura destes canais que, apesar de necessário e de ter tantas pessoas a favor, é quase impossível que ocorra, em razão do alto custo financeiro que demanda indenizações milionárias de muitos imóveis construídos, sem as quais não há possibilidade de realizar a execução da obra pertinente. E quem é que perde com tudo isso?
Todos nós perdemos, pois, por um lado se não reabre os canais sofremos com as inundações, essas enchentes que carregam os lixos que vão poluindo vários pontos da cidade. Quando as águas baixam ficam poças contaminadas, caramujos e outros insetos transmissores de doenças, muita lama nas residências e comércios, móveis e produtos deteriorados pelo efeito da umidade.
Por outro lado, perdemos em razão das altas dívidas que a Administração Pública contrai no interesse de resolver a questão, concentrando todo o investimento em uma única obra, ficando o resto da cidade no isolamento, sem pavimentação asfáltica, sem iluminação adequada, sem praça de lazer nos bairros, precariedade na Saúde, na Educação e na Segurança.
Em minha opinião a culpa recai sobre a própria Administração Pública que, na elaboração de seus projetos não prevê o futuro, e deixa os problemas para as próximas gestões políticas resolverem.
Os Órgãos Competentes deveriam respeitar os rios e igarapés, não autorizando construções muito próximas de suas margens, nem tampouco consentido na construção de canais (aquedutos abertos ou fechados) tão reduzidos, pois é isso que causa o ''efeito represamento das águas'' em nossa cidade.
A reabertura dos leitos destes rios é necessária, no entanto deve se buscar recursos que não comprometam o orçamento do município, assegurando justo beneficio aos moradores de todos os bairros da cidade, não fazendo o bem somente para os que estão no centro, como ocorre sempre.
Os políticos focalizam seus projetos visando melhorias apenas no centro da cidade, e só se lembram dos outros bairros nas épocas de campanhas eleitorais, quando providenciam mero patrolamento das ruas sem ao menos construírem galerias e efetuarem levantamento das ruas nos pontos críticos e alagadiços. Isso é falta de planejamento eficiente.
Fonte: Rhamon Zhanny de Mhyranda Khosta Wherneck
25/04/2014