"Nomofobia"

José colocou a pochete na cintura, pegou o capacete e se preparou para sair (ele havia acabado de chegar do serviço e retornara até sua casa para pegar uns documentos). Sua esposa o olhou e disse:

-Já pegou o celular?

Pronto!!!!Armou o desespero:

José olhou na pochete... Revistou a mochila que tirara ao chegar do serviço... Ficou bravo. Irritado. Puxou o bolso da calça e virou-o do avesso...

-Não está aqui! Perdi o celular. Essa merda de bolso é raso, Deve ter caído na hora que subi na moto.

A esposa o olhou e ia dizer algo, porém calou-se diante do olhar de raiva do marido.

-Olha: Estou indo. Preciso voltar ao serviço estou em meu horário de almoço...

-Pode ir! Eu me viro.

-Porque você não vai devagarinho pelo lugar que você veio? Quem sabe você o encontra...?

-Deixa!!!Vá trabalhar.

Suzana retorna ao serviço e conta para suas colegas de trabalho o ocorrido:

-Pior de tudo é que ele acabou de pagar o celular faz pouco tempo. É seminovo. As colegas se preocupam e falam:

-Já ligou para o numero do celular? Talvez ainda não tenham encontrado ele.

Então Suzana dá o numero para elas e elas ligam. Toca. Toca. Toca. Toca até cair a ligação e NADA!

-Bom, se ninguém atendeu é sinal que ainda não foi encontrado, porque quando encontra um celular a primeira coisa que fazem é tirar o chip. Uma das colegas de trabalho, pega um copo “virgem” (que nunca foi usado) e faz uma simpatia para que o celular seja encontrado. Ela fala algumas palavras, coloca o copo virado para baixo e diz:

-Só pode desvirar o copo quando encontrar o celular.

Outra colega fala para Suzana pedir para São Longuinho ajudar encontrar e que quando isso acontecer ela deverá dar três pulinhos.

Suzana liga mais uma vez sem obter resultado. De repente o celular de Suzana toca. Todas ficam quietas... Suzana olha no identificador e vê que é o numero do marido, porém não sabe quem está do outro lado.

-Alô!

-Alô! Achei o celular!

(É a voz do marido de Suzana).

-Onde ele estava?

-Estava no balcão próximo ao telefone. Eu o coloquei lá e na pressa me esqueci.

Suzana olha contente para as colegas, corre para desvirar o copo, depois começa a dar os três pulinhos...

“Sentir-se muito angustiado com a ideia de perder seu celular ou de ser incapaz de ficar sem ele por mais de um dia é a origem da chamada "nomofobia", contração de "no mobile phobia", doença que afeta principalmente os viciados em redes sociais que não suportam ficar desconectados.”