Com a Bic na mão

Nada tenho contra quem escreve pensando exclusivamente no gosto dos seus possíveis leitores. É comum quem escrever focar nos assuntos do momento, especialmente nos temas polêmicos que estão sendo discutidos no país e no mundo.

Isso sempre aconteceu até com os grandes nomes das letras. Conan Doyle, por exemplo, o criadorde Sherlock Holmes dizia: "Com a pena na mão começo a compreender que a coisa tem que ser apresentada de modo a interessar o leitor". Ele tinha as suas razões e queria atender às expectativas do seu público alvo. Mas euzinho que não sou escritor, mas apenas um calçador de ticacas, quando estou com a Bic na mão (só escrevo à mão) nunca penso no que poderia intressar um raro leitor dos meus textos, mas sim noque me dá na telha. Se agradar a um eventual leitor, tudo bem, fico satisfeito; se não agradar e se a maltraçada for até ignorada, não me aborreço, aceito tranquilamente. A mim o que importa, acreditem, é só escrever. É dar vazão a esse vício que tenho de mesmo sendo um reles aprendiz de cozinheiro de continuar fazendo a minha rala e sem imaginação sopa de letrinhas, mas, confesso, fico não só satisfeito mas perplexo quando alguém toma uma colherada dela. É uma sopinha ruim paca. Feita, repito, por um caçador de ticacas que não pensa no paladar dos outros. Sou um caso perdido. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 01/12/2015
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