Mensagens que edificam - 115

É assim, cada vez que eu tento me eximir da culpa de não gritar alto pelas vergonhas que despudoradas passeiam diante dos meus olhos... A escrita deixa de ser pedagógica ou simplesmente o desabafo mudo de um inconformado com tanto desaforo. É assim, cada vez que eu preciso de um compasso para não perder a curvilínea representação gráfica que expresse todo o meu esforço para não ficar apenas numa frase, mesmo porque eu não consigo, eu não o sou. Não se escreve um livro com uma frase, ainda que tentem justificar a ausência de tantas palavras, a minha força será expressa numa multidão de verbos que disputam entre si quem fala mais alto. E é assim que nasce um livro, um livro que conte uma história ou um relato interessante, cuja fonte seja profunda e a manifestação incontestável de que não se trata de águas furtadas de outra fonte. É assim, cada vez que eu não mostro com quantos paus se faz uma canoa, mas com quantas canoas se transportam os reis, as copas e os ouros. Meus trunfos já não ficam para o fim, porque para cada um o seu final tem uma medida diferente. Se tentaram dizer que sou dissertador de um tema de uma nota só, se esqueceram que aqui se esconde um poeta camuflado de um crítico sem dó. É só chamar e até as rimas chegam para acompanhar aquilo que para um tolo vazio seria apenas um ataque a um credo. Não vivo de revoltas, mesmo porque sempre estive às voltas com o bom humor e o riso, antes mesmo que me surgisse o primeiro dente siso. Meu sorriso é largo demais para que seja ofuscado por uma dor de cotovelo de quem nunca soube tratar as palavras com zelo. Muitíssimo antes de gastar o meu tempo com contradições já brincava com as orações nas aulas de português onde me esbaldava nas redações. Aqui jamais faltará vocabulário para esbanjar o que mais me apraz. Não esfaquear um pretenso amigo por trás, mas brindar a vida com o que ela de bom nos faz: melhores leitores, sedentos de saber; melhores escritores, ávidos por escrever e no auge da inspiração... transcrever. É assim, cada vez que me dou ao pouco tempo de usar as mãos, não saem pedradas, mas uma chuva de confetes nos olhos de quem sabe trilhar esta estrada... a estrada do conhecimento. Apesar da licenciosidade poética, não vou atropelar a gramática, mas fazer da mesma uma adição de um bom português com matemática. Pra não ficar nas "contradições"... é mais uma vez o que tem pra hoje. Rs

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 01/12/2015
Reeditado em 01/12/2015
Código do texto: T5466223
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