A corrida dos Sórdidos
Era uma vez um planeta chamado Terra, habitado por seres humanos e racionais, ou quase isso!
Havia muita inteligência, muitos livros, muitas fontes de sabedoria, muitas histórias e muitas pessoas... Muitos recursos disponíveis, intelectuais, sociais, políticos, econômicos, etc...
Os humanos costumavam ser educados, respeitáveis, polidos, racionais e... humanos. Todos lutavam pelos seus interesses, conquistavam seus objetivos, construíam seus projetos e a grande maioria vivia uma longa jornada.
Em algum momento na história da Terra algo se perdeu, sem datar um tempo e até mesmo sem saber o que exatamente havia se perdido, a vida desses seres seguiu o seu curso.
Se passaram anos, décadas, séculos, milênios...
O que era belo se tornou feio, o que era polido se tornou fosco e o que era respeitável se tornou sórdido.
Durante muitas eras e gerações, todo o conhecimento disponível não foi absorvido propriamente, e o que era humano começou a desumanizar.
Os humanos começaram a sonhar tão alto que no espaço vazio do que havia se perdido foi plantada a semente da sordidez, a revolução da desumanização começou!
Desde então, tudo o que o homem cria destrói. Destrói valores, destrói famílias, destrói gerações inteiras e a semente já se enraizou, ramificou e tomou forma sobre o planeta.
Na nova era os sonhos e projetos são construídos em cima de trapassas, mentiras, ganância. Os humanos que restaram são cada vez menos, mas os sórdidos estão dominando desde o norte até o sul, do leste até o oeste. Estão lecionando como doutorados e ensinando os pequeninos como vencer, como correr a corrida da vida e alcançar o que se espera. Ensinando que é preciso roubar, é preciso mentir, é preciso falsificar, adulterar, é preciso burlar e que nada tem problema ou consequências!
É preciso usar as palavras torpes criadas no colápso do tempo em que a corrida começou, revolucionar a cultura, a educação, a política e o entretenimento.
E hoje, nas estradas da vida, os sórdidos cruzam com os humanos, e seus olhares exultam a pobreza da alma, a ausência da pureza, o espaço vazio que nunca será preenchido, e ameaçam com terrorismo, a desumanização do mundo.
No novo mundo vence quem tem maior conhecimento, quem mente melhor, quem rouba melhor, quem desrespeita melhor, quem melhor impõe a inversão dos valores, estes sim estão predestinados a ganhar o prêmio da corrida, o cargo tão sonhado, o emprego, a casa, o carro, a família, os filhos, porque a razão dos sórdidos tem nome: "Status"
A luta tomou proporções desiguais, classes sociais aleatórias, impunidade como privilégio e a batalha para o humano contra o sórdido se agrava dia após dia em nível e rítmo frenético.
Os nativos já não dominam seu próprio idioma, o conhecimento foi desprezado, não saber escrever, ler ou falar é piada e não vergonha. As famílias foram separadas, dilasceradas pela criação dos sórdidos, as conversas e brincadeiras de humanos trocadas pelo entretenimento dos sórdidos, e as redes sociais exalam o quanto o conhecimento fez falta.
Contudo, os humanos ainda existem, poucos, mas destacados na sociedade, pois são possuidores de uma luz ímpar que no meio de tanta sordidez os faz brilhar e vencer com sabedoria, honestidade, caráter e índole imaculada.
A corrida de todos um dia finda... A saber, você preservará a herança dos humanos ou você entregará sua terra para as sementes dos sórdidos?
As diferenças são claras, distintas. Os humanos são leves, livres das sombras e acusações da consciência, gozam da paz interior e para eles o viver é ganho, o morrer, também!
Já os sórdidos são escravos, nunca terão um orgulho limpo pois toda sua raiz é negra, sua semente suja, seus frutos podres e suas consciências os ferem como aguilhões não permitindo jamais que eles sintam o que significa ter PAZ.
Daniel Schneider
30/11/2015 - 01:00pm