- Saúde! Saúde! À nós mesmos!
Fizemos um brinde antes do jantar, enquanto conversávamos sobre a política no Brasil.
- É uma catástrofe tudo o que está acontecendo aqui. Esse silêncio do povo é de doer. Dizia meu esposo.
- É não! Estão com medo. Não viu lá em na cidade a movimentação do Exército na rua? Quando vimos isso por lá? Essa movimentação é para atrapalhar qualquer movimentação contra o governo, sim! Tanques, homens armados, todos carrancudos... Uma barbárie.
- Nunca vivemos período tão cheio de revelações ruins, como esse período. Disse eu. A mulher que deveria governar com o coração e a razão governou o Brasil para a revanche. Vingou-se do Brasil por ter sido presa quando foi guerrilheira.
- Que nada! Ela é tão “esperta” que nem pra isso serviu. Ela não sabe mesmo é o que está fazendo lá, a não ser receber o salário no fim do mês. A primeira mulher a governar o país deu um chute em todo mundo. Parece jogador de futebol. Aí faz as besteiras que faz.
- Sabe, hoje eu estava vendo as fanfarronices do governo e ela vai decretar o fechamento do Brasil. Vai contingenciar o que sobrou da ganância dos “cumpanhêro”. Não vai fazer nenhum pagamento mais até o final do ano. Ela devia dedetizar o Planalto com um bom raticida. E o melhor de todos seria o corte no salário daqueles usurpadores do povo que estão lá acampados sem trabalhar.
- Ah! Mas isso é que não vai acontecer, mesmo. Ela precisa deles. Eles são os bate paus, que saem a bater em quem se opõe a esse governo. Não viu a tiazinha, velha, com cara de anjo, que estava espetando o rapaz acampado , pelas costas?
- Mas que a coisa está feia lá, isso tá! Mais um peixão preso! Aliás, três peixões... Sempre do mesmo partido. Que coisa! Acho que se estavam planejando a fuga de um pobre diabo, imagino o que não farão para salvar a pele do tubarão!
- Nem quero saber! Deixa pra lá, senão o domingo vai acabar azedo! Ai, o alarme do fogão. A comida ficou pronta. Vamos à mesa aproveitar enquanto temos comida e vinho! Tim tim!
-Tim tim!