QUESTÃO DE TEMPO
Tudo é questão de tempo: tempo para nascer, viver, amar, crescer, estudar, trabalhar, partir, adeus e tantos outros designes que a vida nos impõe. Cada segundo, cada minuto pode ser uma eternidade quando o poder da decisão encontra-se em nossas mãos.
A dor da perda não é eterna, um amor quando chega ao fim deixa marcas duradouras que somente o tempo e capaz de cicatrizá-las, às vezes erroneamente procuramos encontrar em outros braços preencher o vazio que ficou, tudo é inútil, apenas prolongamos ainda mais o sofrimento.
Nem sempre logramos êxito em nossas tentativas, quantos de nós já não sentimos o sabor amargo de uma reprovação, estudamos tanto para submetermos a um concurso, uma entrevista para obter um emprego e, no entanto, o resultado não corresponde as nossas expectativas. E, aí bate uma tristeza danada, decepção, e então é comum escutarmos alguém pronunciar, não vou mais tentar, eu não tenho sorte! “Atitude errada”, não era o tempo certo.
Ato similar acontece com as nossas escolhas, talvez uma das passagens mais difíceis da nossa existência, pois em princípio não deveríamos cometer enganos, no entanto suas consequências podem ser definidas como incidentais e imprevisíveis quanto ao seu sucesso. E, quando tal fato acontece, em algumas vezes nos tornamos pseudo-depressivos, nos escondemos no mundo das sombras sem coragem de enfrentarmos os problemas de frente. Agindo assim, estamos contribuindo de maneira decisiva para o fracasso dos nossos projetos no futuro. É preciso que tenhamos sabedoria e coragem para suportar o revés das nossas decisões, corrigir as falhas e continuarmos a difícil caminhada de obtermos a tão esperada vitória.
O que dizer quando tudo acaba, quando perdemos nossos entes queridos , quando viver já não tem mais sentido e que a luz que alumiava os nossos caminhos presumivelmente se apagou definitivamente. Difícil é o conformismo, vazio que não se preenche com palavras, presença que procuramos na ausência e que aos poucos se transforma em uma angustiante saudade. Ficamos fragilizados, nossa fé se torna ínfima e o mundo parece girar em sentido contrário. E, na contramão das nossas sendas nos perdemos nas chegadas e partidas que invariavelmente nos surpreende sem que tenhamos nenhuma chance de planejar um novo roteiro. E, aí nos perguntarmos será que valeu a pena? Que tudo que edificamos eram sonhos, que nada era verdadeiro? Que a razão da existência humana era apenas uma ilusão, uma percepção distorcida, que somente nos é revelada no final da nossa estadia. Se estamos certos ou errados é uma incógnita, todas às respostas que procuramos para estas indagações somente o “TEMPO NOS DIRÁ”.