SEM ORELHAS-CLOACAS

Todos os dias surgem modismos no dito e escrito, fenômeno que criou-se e ganhou corpo na passagem entre os anos oitenta e noventa, claro que do século passado, não há porque pensar que século atual ou retrasado, mas o politicamente correto tem-nos exigido a perfeita delimitação temporal. Estes modismos quando nascidos em bocas de personalidades políticas ou da imprensa passam a residir n mochila cultural de significativo contingente de seguidores do slogan: "fulaninha vai com as outras" ou "fulaninho também vai com os outros", nesta marcha, marcha de acompanhamento cegam-se e ensurdecem-se ao verdadeiro, ao real, assim o dito e escrito limiar e subliminarmente não são alcançados pela maioria, por falta de comprimento mental.

Vieram o tal de "politicamente correto", "estado de direito" "em defesa das minorias" e tantas outras chatices, chatices não por falta de relevância mas pelo aproveitamento midiático buscado pelos interlocutores dessas expressões e não pela busca do real benefício às pessoas.

Nesta semana uma expressão carregada de simbolismo, de sentido purificador de entes pecadores, não pecadores perante as leis dos deuses, mas perante as leis terrenas, foi exalada por uma boca-cloaca que tentou transformar a expressão "QUESTÕES HUMANITÁRIAS" em habeas corpus.

Um político ardiloso tentou-nos impô-la como verdade e assim aliviar o entendimento que possamos ter apreendido subliminarmente quando citou algumas personalidades políticas e judiciárias.

Deixou dito que Ministros do Supremo Tribunal Federal eram suscetíveis as cantadas de políticos influentes e ponto, todos ouvimos. Claro que um mais apressadinho poderá dizer que onde há fumaça também há fogo.

Para remendar buscou guarida no habeas corpus da mentira, dizendo que havia confortado o familiar do delator atendendo questões humanitárias. É certo que muitos acreditarão no dito dele, outros fingirão que sim, mas a maioria nem perceberá que ele pensa que carregamos orelhas-cloacas.

ItamarCastro
Enviado por ItamarCastro em 28/11/2015
Reeditado em 29/11/2015
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