A Forja do Poeta
 
Nasce o Poeta!
 
O Poeta nasce na oficina do ferreiro que usa sua fornalha, fole e bigorna para trabalhar a matéria-prima que lhe é peculiar. Esta é a vida e a aparelhagem são o fogo dos sentimentos, o sopro das ideias e a dureza dos pensamentos que batem até ver o ferro fundido moldado. O produto é o Poeta, o ferreiro é o humano e a Poesia, a fruição daquele. Sendo a matéria-prima a vida, o ferro são as dificuldades que nos obrigam às atitudes.
 
Alguém disse que Poeta não é somente aquele que escreve Poesia, mas é também aquele que lê. Digo que Poesia vai além da atividade da escrita e leitura. A Poesia é toda expressão de Arte. É o que arde no íntimo humano.
 
Se a Poesia flui do Poeta, o produto do ferreiro, o humano que sintetiza a intimidade humana, os demais usufruem.
 
A Poesia é a síntese do íntimo. Se escrita, é composta em estrofes, em versos ou só palavra. Quanto mais sintética e metaforicamente for, mais poético se torna. Se a prosa é uma mesa farta de palavras, a Poesia é a guloseima.
 
Se a Poesia frui e é usufruída, ela deixa de ser explicada para ser sentida. Ela ganha um sentido diverso para quem escreve e lê a cada vez que é degustada. Poesia não é para ser entendida, é para ser sentida. A prosa é entendida de igual modo por todos e explicada pelo prosador. Para tanto precisa de início, desenvolvimento e conclusão. A Poesia é sortida podendo ser sentida pelo todo ou em fragmentos – estrofes e versos. A prosa é inteira, se for partida deixa de ser entendida.
 
O Poeta nasce na forja do ferreiro, mas não nasce do sofrimento em si.
 
O Poeta surge do “contornar o sofrer” como o rio da água que contorna obstáculos, cai da cachoeira e no final se faz mar.
 
O Poeta é o que capta o íntimo para refletir o coletivo.
 

“Aonde quer que eu vá, eu descubro que um poeta esteve lá antes de mim”, disse Sigmund Freud.



Leonardo Lisbôa
Barbacena, 24/11/2015



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Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 27/11/2015
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