MUNDOS PEQUENOS, MUNDOS FELIZES
O mundo acabaria em 21 de dezembro de 2012, segundo a leitura que alguns iluminados fizeram de mensagens deixadas pelos maias, mas mundo não acabou para tristeza dos que queriam morrer e dos que queriam matar pelo lucro exacerbado.
Na ocasião aproveitei para zombar dos que acreditaram e dizia-me arrependido de não ter investido em casamatas pala alugar durante a passagem do previsto. O que era previsão de algum maluco no ano seguinte tornou-se realidade e assim empurrei-me pelo trampolim, lógico que ajudado por alguns, que pelo dever de justiça torço que conheçam de perto o trampolim, sem que precisem pular assim como eu não precisei, mas quase.
Aos poucos fui dando marcha ré e compreendendo melhor sobre o tal fim do mundo, que já está ai no portão de nosso quintal. Estamos: eu, tu, ele, nós, vós e eles acabando com o mundo, então longe de acusar maias, astecas, incas ou egípcios.
Mariana está representando a parte visível dos crimes que a ganância nos impõe, são crimes que os governantes e doutos insistem que foram acidentes, desastres.
Silenciosamente todos os dias consumimos venenos impostos pela falsa crendice que devemos produzir mais e mais alimentos para sustentar o mundo que precisa comer.
Os alimentos não precisam ser enormes, os hectares não precisam produzir cada vez mais, desde que de fato se tenha uma política verdadeira de produção familiar, mas infelizmente este conceito só vale para sustentar o MST e o voto durante as eleições, depois é só falta de incentivos e de apoio.
Já tenho o local, são pouco mais de 20 m2, quero plantar o arroz do seco, também conhecido por arroz de sequeiro, de terras altas, pelos meus cálculos colherei um saco de 60 kg, quantidade estimada de consumo por ano para nós aqui em casa, só preciso encontrar as sementes, no máximo 500 unidades.
Vencida a marcha ré, mesmo com um carimbaço de inválido, termo cruel da legislação e liberado pelos médicos comecei a reverter o final do mundo, pelo menos para nós, afinal aposentado tenho todo o tempo do mundo para dedicar duas horas diárias à agricultura doméstica. No próximo ano lançarei mão dos 600 m2 que temos prontos para plantar e criar pelo menos 6 garnisés para produção de ovos.
Já estamos consumindo beterrabas, cenouras e temperinhos da horta.
Vem ai: milho verde, de pipoca, aipim, vagem, feijão preto, feijão mulatinho, feijão guandu, couve e muita luta com lesmas e percevejos, mas nada de defensivos agrícolas e herbicidas.