SENADO MANTÉM PRISÃO DE DELCÍDIO DO AMARAL
Placar: 59 X 13 com uma abstenção.
Mesmo com a atuação veemente do presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB – AL), que encaminhou a votação secreta contra as ‘questões de ordem’ requeridas pelos partidos de oposição, o plenário do Senado Federal decretou duas grandes derrotas contra o PT, ao manter a votação aberta e, ato contínuo, homologando a decretação de prisão em flagrante do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), agora ex-líder do Governo no Senado, pelo STF - Supremo Tribunal Federal.
Vários senadores usaram a Tribuna para lamentar a triste tarde/noite desta quarta-feira, 25 de novembro de 2015, uma data que vai para a História como a data negra do nosso país.
Junto ao ofício do Supremo Tribunal Federal, encaminhando a decretação da prisão em flagrante inafiançável do senador Delcídio, assinado pelo ministro Dias Toffoli, mas que teve unanimidade (5 votos) desde o voto do Relator, ministro Teori Zavaski, da segunda turma do STF, veio o processado contendo a transcrição das conversas gravadas, nas quais o senador Delcídio Amaral trama contra a investigação da Lava-Jato, sugerindo nomes de ministros da Corte e de autoridades da República. Tais transcrições levaram os senadores de todos os partidos à exceção do PT, a ficar indignados com as conversas de Delcídio, oferecendo dinheiro e fuga para que Nestor Cerveró escondesse da Justiça os nomes dos envolvidos em fraudes contra a PETROBRAS.
Segundo alguns políticos, o dia 25 de novembro pode ser considerado como o princípio do fim do império petista no Brasil.
No meio da triste sessão do Senado, foi lido o ofício assinado pelo presidente Ruy Falcão, do PT que retirou qualquer responsabilidade do Partido dos Trabalhadores, pelo que foi chamado de oportunista e covarde pelo senador Omar Aziz (PR/AM), secundado por outros senadores.
Durante a sessão parecia que o presidente Renan Calheiros teria como vencer as votações, mas à medida que o tempo passava, os senadores foram usando da palavra e declinando seus votos até chegarem ao final com um resultado em que apenas os senadores do PT votaram a favor do relaxamento da prisão de Delcídio.
Vários senadores criticaram a interferência do Supremo no Poder Legislativo, a começar de Renan Calheiros, seguido por outros senadores, ao mesmo tempo que criticavam a atuação do Senado em procrastinar votações importantes para o país o que leva sempre o Supremo a preencher o vazio legislativo, através de acórdãos, súmulas e jurisprudências.
Delcídio vai continuar preso, até que o Supremo decida a sua sorte. Depois desta tarde/noite de 25 de novembro de 2015, os senhores Renan Calheiros, Eduardo Cunha (ambos do PMDB) e outros parlamentares envolvidos em investigações, devem ficar com as barbas de molho. O Poder Legislativo, mormente o Senado da República Federativa do Brasil nunca mais será o mesmo.